"Billy Elliot" sai em vídeo e DVD

Filme conta a história do garoto que para se tornar bailarino terá de enfrentar a resistência do pai, um mineiro do interior da Inglaterra

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Qual é a mágica que faz de Billy Elliot um filme tão idolatrado pelo público? No ano passado, a estréia do diretor Stephen Daldry dividiu com outros dois filmes o troféu Bandeira Paulista, como o melhor (ou os melhores) da Mostra Internacional de Cinema São Paulo. Os outros dois foram Tempo de Embebedar Cavalos, de Bahman Ghobadi, e Capitães de Abril, de Maria de Medeiros. Alguns críticos acharam a escolha do júri equivocada. Para eles seria impossível comparar um filme denso como o do iraniano ou mesmo uma reconstituição tão vibrante de um episódio histórico como a produção portuguesa a um produto comercial como a história do pequeno bailarino. Mas a escolha do júri não foi apenas soberana: foi unânime e respaldada, a seguir pelo sucesso do filme nos cinemas do País e pela repercussão alcançada quando foi indicado para o Oscar. Agora, Billy Elliot confirma a preferência em DVD e vídeo. Em apenas uma semana nas locadoras. Diretor de teatro, ele admite que Billy Elliot não foi um projeto pessoal, mas uma encomenda que aceitou. Gostou da história do filho de mineiros que quer trocar as chuteiras pela sapatilha, mas antes precisa vencer a resistência do pai, que não aceita a idéia de um filho bailarino. Ele teme, na verdade, pela preferência sexual do filho. Acha que, por seu bailarino, talvez seja gay. Billy não é, mas seu amigo, que não vira bailarino, sim. É a forma com que o diretor enfrenta o preconceito. Se é isso mesmo, ele pode estar estimulando outro. O filme é simpático, leve, divertido. O garoto que faz Billy (Jamie Bell) é maravilhoso. Tudo isso explica, senão exatamente justifica, o sucesso na mostra, nos cinemas e nas locadoras. Mas não elimina o que o gracioso Billy Elliot tem de perigoso ou polêmico. Há um background social, de mineiros em greve. O pai, convencido da sinceridade do filho, fura a greve para garantir a realização do seu sonho. Há uma montagem paralela, que opõe o mundo da arte ao do trabalho, que é particularmente equivocada. Mas o desfecho é tão lindo. Pensando bem: racionalmente, há muitos elementos para não gostar de Billy Elliot. Mas quem diz que é possível manter sempre a racionalidade, diante dos filmes? O que faz o sucesso do filme é a humanidade dos personagens e, também, o prazer que o ato de vê-lo proporciona. Billy Elliot. Inglaterra, 2000. Direção de Stephen Daldry. DVD (R$ 39,90) e vídeo da Universal, via Vídeolar. Nas locadoras.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.