Bárbara Paz da TV para o cinema

Na esteira de seu par com Supla em Casa dos Artistas, o Cine Arte Lilian Lemmertz recoloca em cartaz o filme De Cara Limpa, que coloca a juventude de SP na tela

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Por Agencia Estado
Atualização:

Se até os críticos da APCA, a Associação Paulista dos Críticos de Arte, deixaram-se seduzir pelos encantos de Supla, escolhendo o moço como a revelação do ano por um programa que merecia pedradas e não flores - Casa dos Artistas -, por que estranhar que distribuidores e exibidores também tirem sua ´casquinha´ no êxito da atração televisiva? É no rastro do sucesso de Bárbara Paz em Casa dos Artistas que o Cine Arte Lilian Lemmertz está recolocando em cartaz o filme de Sergio Lerrer, De Cara Limpa. Lerrer surgiu no cinema gaúcho, ligando seu nome a obras de ponta do cinema do Rio Grande do Sul produzido nos anos 80. Nenhum deles é um filme ´de´ Sergio Lerrer, mas em todos você encontra seu nome na ficha técnica: Verdes Anos, de Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil, Me Beija, de Werner Schunnemann e Aqueles Dois, de Sérgio Amon. O diretor pede que se lembre que, além de Bárbara, seu filme traz Marcos Mion e um punhado de gente jovem num retrato da juventude suburbana de São Paulo. Não são os jovens bem-nascidos dos Jardins. Os protagonistas de De Cara Limpa vivem mais na periferia sem ser marginais ou despossuídos. Alimentam sonhos. As garotas, e Bárbara é uma delas, querem ser modelos. Se fosse refeito hoje, sua meta seria Gisele Bündchen. Bárbara chama-se Carolina no filme. Enquanto a chance de brilhar nas passarelas não se realiza, ela trabalha como recepcionista num espaço esotérico. De Cara Limpa marcou sua estréia no cinema. Em março do ano passado, quando o filme foi gravado (em vídeo), ela era conhecida pelo programa Megaton, de Tom Cavalcanti, e como apresentadora do Al Dente, da MTV. Bárbara virou uma celebridade atiçando a imaginação do público sobre o que pode ocorrer entre ela e Supla debaixo daquele edredon, no Casa dos Artistas. A mesma finesse que falta ao programa do SBT também está ausente em De Cara Limpa. Como esforço de produção, o filme não deixa de ser interessante. Prescindiu das leis de incentivo, usa tecnologia digital. O problema é que, para colocar a cara da juventude de São Paulo, Lerrer usa o mesmo tipo de humor escatológico presente nas comédias teens de Hollywood. Pense em American Pie (1 e 2), com seus jatos de esperma ou urina. De Cara Limpa segue os personagens no banheiro para mostrar... cocô. Não é para todos os gostos. Serviço - De Cara Limpa. Drama. Direção de Sergio Daniel Lerrer. Duração: 95 minutos. Cine Arte Lilian Lemmertz, às 19 horas (segunda não há sessão). 16 anos

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