Bagdá inaugura seu festival de cinema

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Por MUSSAB AL KHAIRALLA
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Por trás de muralhas de concreto e às voltas com o fornecimento intermitente de energia, começou na quarta-feira o Festival Internacional de Cinema de Bagdá, em mais um sinal da melhora na segurança e da volta à vida na cidade. Houve até um tapete vermelho no hotel que abriga o evento, mas os convidados eram submetidos a três revistas corporais na entrada. Os diretores dos 40 filmes estrangeiros selecionados não vieram -- alguns até tentaram, mas foram desaconselhados pelos organizadores, temerosos de que o evento, cancelado em 2006, vire notícia pelas razões erradas. "Alguns dos diretores queriam vir por causa da melhora na segurança de Bagdá, mas não queremos ser surpreendidos. Tomara que eles venham no futuro", disse Ammar Al Aradi, organizador do evento, à Reuters. Desde o envio de reforços norte-americanos, a violência diminuiu na capital, e as pessoas passaram a frequentar parques e restaurantes outra vez. No passado, a cidade chegou a ter mais de 12 cinemas populares. O hábito entrou em declínio após décadas de sanções e guerras, e desde a invasão de 2003 a maioria das salas permanece fechada. Mas nem durante o auge da guerra o festival bienal de cinema deixou de ser realizado. Dos 61 filmes da disputa oficial, 21 são iraquianos, a maioria curtas-metragens e documentários, vários deles a respeito dos dramas do país. Alguns tratam diretamente dos conflitos sectários que quase viraram uma guerra civil, e vários documentários abordam antigos tesouros arqueológicos e os pântanos do sul iraquiano.

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