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Atriz da Mongólia que sonhava em ser militar chega a Hollywood

Por MARIA GOLOVNINA
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Khulan Chuluun, a atriz da Mongólia que desempenha um papel de destaque no filme cazaque "Mongol", indicado ao Oscar, diz que nunca desejou ser atriz. Ela queria trabalhar nas Forças Armadas. "Eu desejava estar no Exército, desejava estudar em uma escola militar", afirmou Chuluun, 23, à Reuters, em uma propriedade localizada nas geladas montanhas do sul do Cazaquistão, onde o filme foi parcialmente rodado. "Mas não consegui ingressar na escola militar. Foi por acaso que acabei por me tornar atriz." Financiado por investidores cazaques e dirigido pelo russo Sergei Bodrov, "Mongol" foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano -- tornando-se a primeira produção do Cazaquistão a conquistar tal feito. O épico de 15 milhões de euros (22 milhões de dólares) a respeito do conquistador mongol Gênghis Khan foi rodado principalmente no norte da China e nas estepes do Cazaquistão -- um país que, como a Mongólia, é habitado por descendentes de tribos de nômades. "O filme trata da Mongólia e de Gênghis Khan, que é como um Deus na Mongólia", afirmou Chuluun. A atriz foi escolhida para o papel de Borte, a destemida mulher de Gênghis Khan, quando estava em uma fila da embaixada chinesa em Ulan Bator, capital da Mongólia, dois anos atrás, a fim de obter um visto. "Fui abordada (por uma mulher responsável pelo elenco). Ela me perguntou se eu era da Mongólia. Eu disse que sim. Tudo aconteceu por acaso", contou a atriz. O filme "Mongol", uma série de batalhas épicas e tomadas panorâmicas de paisagens recobertas por nevoeiros, relata uma história de guerras e sobrevivência centrada no início da vida de Gênghis Khan, papel desempenhado pelo japonês Tadanobu Asano. Na cerimônia do Oscar, em 24 de fevereiro, a produção enfrentará, na sua categoria, os filmes "The Counterfeiters" (os falsificadores), da Áustria, "Katyn", da Polônia, "Beaufort", de Israel, e "12", da Rússia. O filme mudou a vida de Chuluun, que se casou com um cazaque e hoje vive no Cazaquistão, um Estado muçulmano antes pertencente à União Soviética.

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