"As Panteras 2", na verdade, são três

Coletiva com as estrelas foi mais movimentada que a estréia do filme, que só fica mesmo na memória por causo do trio Cameron, Drew e Lucy Lyu

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Havia mais gente para a coletiva das três estrelas do filme Panteras 2, que aqui se chama Charlie´s Angels al Limite, no Salão San Juan do Hotel Four Seasons, do que na pré-estréia do Teatro de La Ciudad, na sexta-feira à noite. Elas chegaram lindas, como sempre. Cameron continuava com as pernas à mostra, exibindo aquela exuberância toda, mas cobria parcialmente o rosto com um chapéu. Dependendo do ângulo da sala, o espectador não conseguia ver o brilho daqueles olhos faiscantes. Muito justamente o rosto. Em As Panteras, as três protagonistas trabalham para um certo Charlie que nunca aparece em cena. Se tivessem de dar-lhe um rosto, de quem seria? Drew Barrymore, que alem de atriz é co-produtora do filme, disse que teria de ser algum desses líderes que defendem o pacifismo ou os direitos humanos. Charlie tem, para ela, essa dimensão. É, definitivamente, alguém do bem. "Imagino como se fosse Gandhi ou Martin Luther King, mas se tivesse de ser um ator, aí eu ficaria com o Peter Sellers, porque me faz rir. Adoro quem consegue isso, mas não é muito difícil, porque não sou do tipo que se toma a sério". As três - Cameron, Drew e Lucy Lyu - chegaram com um discurso feminista pronto. A série das Panteras irrompeu na TV na década de 70 com outras duas versões de heroínas modernas, a Mulher Maravilha e a Mulher Biônica, que também tentavam refletir a nova mulher pós feminismo. "Sempre ouvi dizer que por trás de um grande homem há uma grande mulher", disse Cameron. "Nosso filme celebra a mulher moderna, consciente de sua personalidade e de suas possibilidades. Conheço mulheres que conseguem triunfar num mercado competitivo predominantemente masculino, sem sacrificar em nada a família e a feminilidade. Para mim, toda mulher é um heroína. Cuidar de filhos, participar do orçamento doméstico, às vezes ter de assumir sozinha a família, tudo isso exige muita coragem e determinação." Todas elogiaram o diretor McG. Cameron fala da grande energia que ele consegue criar no set. Destaca a sua capacidade de informação sobre os signos da cultura pop. McG tem apenas 34 anos. Drew vai adiante: "Graças a esse conhecimento todo, McG pode ir da Noviça Rebelde a Cabo do Medo, a versão de Martin Scorsese, entre outros filmes, para tecer a trama de nosso filme. Na trilha sonora, ele usa desde bandas underground de Seattle até grandes bandas estabelecidas e com isso cria uma sonoridade toda especial, que serve de embalo para a história que queremos contar. Como produtora, ela explica que no primeiro filme o objetivo era ganhar preferencialmente a platéia feminina. "Agora, queremos também conquistar os homens." Todas elogiaram Demi Moore, que faz um retorno sensacional como a vilã. "Demi aderiu com entusiasmo o ao nosso projeto e virou uma amiga", diz Lucy. Elas destacam justamente esse aspecto: "O filme é como uma brincadeira de família para nós. Ficamos grandes amigas e nos identificamos tanto com McG que não conseguimos imaginar As Panteras com outras caras ou com outro diretor", dizem em coro. O objetivo declarado é divertir. Drew chega a usar uma imagem para explicar o efeito que espera que o filme tenha nas platéias. "Nosso filme é um ato de celebração da vida. Gosto de imaginar que as pessoas, depois de vê-lo, vão ficar tão eufóricas que vão sair da sala, pegar o seu carro, correr até um bar ou uma danceteria, encontrar alguém que lhes pareça interessante e assim, sem mais nem menos, declarar seu amor, de tanta satisfação que sentiu com os três anjos de Charlie." O filme estréia dia 7 no Brasil. É mais barulhento e movimentado do que o primeiro. Aliás, é um dos filmes mais barulhentos produzidos por Hollywood nos últimos tempos. Você vê e esquece. Mas talvez não seja tão fácil assim de esquecer. Afinal, um trio desses tem de permanecer na memória por muito tempo. As três estrelas de As Panteras são realmente uma festa para os olhos e uma promessa de tentação para espectadores de todo o mundo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.