Aos 50, Kristin Scott Thomas leva sensualidade a seus filmes

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Por CHRISTINE KEARNEY
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Com 50 anos recém-completados, Kristin Scott Thomas às vezes se sente ignorada, apesar de ter conseguido evitar na tela grande as armadilhas usuais para uma atriz em idade madura, que não consegue papéis complexos. A atriz britânica elogia o cinema e a sociedade franceses por abraçarem mulheres em idade madura, como é visto em seu novo filme francês, "Partir", que estreia nos cinemas americanos na sexta-feira e no qual ela representa uma mulher casada e reprimida que mergulha em um caso de amor que a consome. É o tipo de papel que adere à ideia de que as mulheres, quando envelhecem, são complicadas mas ao mesmo tempo sensuais e desejáveis, disse em entrevista recente em Nova York a atriz, que vive em Paris. "Virei uma mulher invisível de 50 anos", disse Scott Thomas. "Mas acho que o cinema francês não tem problema nenhum com a idade. Os franceses gostam de assistir, contar e assistir a histórias sobre mulheres de minha idade." Scott Thomas disse que tinha esquecido que seria preciso fazer muitas cenas de sexo em "Partir", mas que a diretora Catherine Corsini a convenceu a fazê-las. "Estou realmente satisfeita em estar falando de mulheres de minha idade que têm desejo. Elas têm vida. Não ficam apenas olhando para seus filhos com pesar e pensando 'também eu fui bonita um dia'", disse ela. "Partir" trata de outras questões também, incluindo relacionamentos abusivos - "a violência doméstica na classe média, em famílias 'boas', é algo que sempre me chocou." E o filme mostra que as mulheres podem ganhar confiança sexual com o tempo, algo que também agradou à atriz. MANTENDO DISTÂNCIA DE HOLLYWOOD Vários filmes independentes ajudaram Scott Thomas a ressurgir nos últimos anos, "com um grupo de pessoas realmente interessantes, engajadas", à diferença de filmes de estúdios de Hollywood, que ela comparou a "participar de uma máquina coreografada que não afeta realmente a ninguém". Scott Thomas conseguiu evitar ser estereotipada como a melhor amiga irônica que representou em "Quatro Casamentos e Um Funeral" ou à mulher com pendor por casos de amor no deserto que fez em "O Paciente Inglês", que lhe valeu uma indicação ao Oscar. "Eu estava farta de sempre me pedirem para fazer a mesma coisa. Cada vez que havia um filme sobre o deserto, ou então a melhor amiga, amargurada e fumando sem parar." Sua programação está intensa, e inclui o lançamento nos EUA na próxima semana de "Nowhere Boy," em que ela representa a tia de John Lennon, vários filmes franceses, um thriller pequeno em que ela contracena com Ethan Hawke e outro em que ela divide a tela com Ewan McGregor e Emily Blunt.

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