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Anthony Quinn vive imigrante em "Oriundi"

Por Agencia Estado
Atualização:

Estréia hoje, em 70 salas do Brasil, Oriundi, filme de Ricardo Bravo com a estrela do cinema mundial Anthony Quinn, contracenando com Letícia Spiller, Paulo Betti, Paulo Autran e Gabriela Duarte. Arrigo Barnabé compôs a trilha sonora. A idéia de trazer Anthony Quinn para filmar aqui era um sonho antigo de Ricardo Bravo. Antes do roteiro de Oriundi surgir, Bravo queria rodar a sua versão cinematográfica da história de O Carteiro e o Poeta e sonhava com Quinn na produção. Mas como não conseguiu dinheiro para bancar o filme, Bravo acabou perdendo os direitos sobre o livro e seu sonho de trabalhar ao lado do mito só foi realizado agora. O ator americano foi tratado como um mito pelo elenco brasileiro durante as filmagens. Suas atuações inesquecíveis em filmes como Zorba, o Grego, A Estrada da Vida e Lawrence da Arábia confirmam essa imagem. Apesar disso, Quinn mostrou ser uma pessoa bastante acessível e modesta. "Foi um orgulho ter trabalhado com o elenco brasileiro", contou, em sua recente passagem ao Brasil. No filme, Giuseppe Padovani (Quinn) é um imigrante italiano de 93 anos que vive em Curitiba com a família. Amargurado, ele sente saudades da esposa que morreu há sessenta anos em um desastre de avião. Para piorar a situação, a fábrica de massas que ele fundou com a mulher está prestes a ser vendida pelo neto, um playboy quarentão interpretado por Paulo Betti. Os bisnetos Patty (Gabriela Duarte) e Stephano (Tiago Real) também estão infelizes com a vida que levam. Por isso, o velho Giuseppe prefere se isolar em seu próprio mundo. A situação muda quando uma misteriosa jovem aparece. Ela é Sofia D´Angelo, uma parente distante dos Padovani. Giuseppe acredita que ela realmente seja a reencarnação de sua amada esposa Caterina. Anthony Quinn diz que aceitou o papel no filme por se tratar de um imigrante e porque seu personagem é mais velho do que ele. "Não sei se chegarei aos 93 anos de idade. E os problemas de um homem dessa idade me interessam", contou. Nascido no México, mas naturalizado americano, Quinn também já morou na Itália e gravou filmes em vários países, como na Grécia ."Na verdade, sou um imigrante em qualquer país que eu vá", confessou. O grande trunfo de Oriundi foi trazer Anthony Quinn para uma produção brasileira. O roteiro, assinado por Marco Bernstein, traz a história de um amor inesquecível e eterno. Mas na tela, a adaptação ficou confusa. Os atores brasileiros parecem ter sentido o peso de atuarem ao lado de Quinn. Apenas Marly Bueno, que interpreta a fiel governanta de Giuseppe Padovani, parece não ter se intimidado. Paulo Autran aparece muito pouco para dar o seu recado. Anthony Quinn salva o filme nas horas em que aparece. Sua interpretação sensível e impecável corresponde aos únicos bons momentos do filme.

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