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Anna Paquin fala sobre suas atitudes suspeitas e de Robyn, personagem de 'Flack'

Atriz vive uma mulher controladora e envolvida com drogas e adultério

Por Kathryn Shattuck
Atualização:

Anna Paquin quer ter o mesmo tempo na tela para o bom e o mau comportamento. Embora houvesse mulheres interpretando anti-heróis em séries como Homeland e Damages, “eu poderia citar provavelmente 15 protagonistas masculinos que tomam decisões horríveis, moralmente ambíguas, mas ainda são consideradas os heróis de suas séries”, disse ela. “E você nunca diria, oh meu Deus, eu não posso assistir Breaking Bad, ele negocia metanfetamina!” Ou “Dexter é um serial killer!”

Que não é como tradicionalmente as mulheres são retratadas. “É um tédio”, acrescentou ela. Mas seu personagem mais recente – Robyn, uma relações públicas americana que mora em Londres, em Flack da Pop TV, a partir de 21 de fevereiro – é tudo menos isso. Inteligente e assustadoramente controladora, Robyn mantém um controle rígido sobre celebridades encrenqueiras, enquanto sua própria vida oscila entre drogas, adultério e engano. “Acontece que ela tem esse emprego onde há dois lados muito diferentes da moeda”, disse Paquin, que tem o mesmo publicista desde os 12 anos. “Há o rosto que você apresenta e, em seguida, há a realidade de como as pessoas realmente são por dentro.”

Aos 11 anos ganhou Oscar pelo 'O Piano' Foto: Elizabeth Weinberg/The New York Times

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Paquin e seu marido, Stephen Moyer, que se conheceram como os amantes sobrenaturais Sookie e Bill na série True Blood, da HBO, encontraram seu lugar favorito como colaboradores. Juntos, eles produziram Flack, com sede em Londres, embora ele esteja filmando The Gifted, da Fox, em Atlanta. Moyer também dirigiu Paquin - que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante aos 11 anos por sua atuação em O Piano – e na sua estreia no longa-metragem The Parting Glass, atualmente ainda no circuito de festivais. Em uma entrevista por telefone de Veneza em Los Angeles, onde o casal mora com Charlie e Poppy, seus gêmeos de 6 anos de idade, Paquin, de 36 anos, falou sobre crescer nesse setor, enquanto mantinha sua própria vida longe do olhar do público. 

Vi Flack com fascinação. Isso realmente acontece? Mal posso esperar para perguntar aos publicistas e agentes que conheço.

Acredito 100% que existam publicistas obrigados a limpar bagunças espetacularmente horrendas em nome de seus clientes. Pessoalmente, não sou esse tipo de cliente. Mas vamos encarar isso – se eu fosse, você realmente acha que eu lhe diria?

Eu estava prestes a perguntar qual foi a pior coisa que você fez.

Faço isso há 27 anos. Não há muito o que se possa descobrir sobre a minha vida que uma pesquisa rápida no Google não diria. Passei a maior parte da vida meio que não sendo interessante nesse estilo tabloide. Trabalho, agora tenho uma família, sou casada, faço crossfit – tipo, uau. Meu publicista não precisa realmente inventar isso. Quer dizer, talvez alguém possa tentar me fazer parecer mais empolgante criando um escândalo para mim, mas estou muito bem sem drama. Gosto que o drama fique na tela.

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Como é para você e Stephen trabalharem juntos novamente depois de True Blood?

Nós adoramos trabalhar juntos. É o nosso lugar feliz. Foi assim que nos encontramos, como descobrimos o amor. Temos uma convivência simples e confiável que é difícil de replicar com outras pessoas.

Como estava sendo atuar dirigida por ele em The Parting Glass?

Tive um papel muito pequeno, medido em tempo na tela. Eu estava predominantemente produzindo, e uma grande parte do meu trabalho era apagar incêndios antes que ele soubesse deles, para que pudesse se concentrar em dirigir o navio. Era Toronto no meio do inverno e, na época, quero dizer que Ed Asner – que tem um papel enorme no filme e é mentalmente mais afiado do que uma navalha – é incrível, aos 87 anos. E isso soa horrível, mas também gentil e engraçado: todos os dias, chegávamos ao final do dia e dizíamos: “Oh, meu Deus, estamos tão aliviados que não fomos nós que matamos Ed Asner”. Mais ou menos como: “Ele não escorregou no gelo fino hoje. Literalmente”.

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Ninguém pisca em Flack quando se torna óbvio que Robyn faz sexo com homens e mulheres. Mas, em 2010, foi uma grande notícia quando você anunciou que é bissexual. Pensamentos sobre isso?

Isso já estava no roteiro, então eu não quero nenhum crédito por ser assim: hei, vamos agitar algumas bandeiras do arco-íris. E eu acho que se você é aberto e direto e se recusa a aceitar uma narrativa, onde isso é realmente um grande negócio ou mesmo, francamente, interessante, as coisas se normalizam. Não sou idiota, mas não compreendo, em nenhum nível emocional, por que a sexualidade de outras pessoas é da conta de outros, a não ser da pessoa com a qual você está em um relacionamento. E eu acho que quanto mais pessoas falam sobre isso, mais isso se torna um tipo de nota de rodapé na sua biografia – em oposição à única coisa da qual as pessoas querem falar.

Você está interpretando a Joanie adulta na próxima temporada final de The Affair, um dos meus programas favoritos. Você pode me adiantar detalhes sobre isso?

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Desculpe, mas passei muitos anos com projetos e séries em que o enredo é rei e os spoilers são ofensas execráveis. Então boa sorte. (Risos)

Vamos para o The Irishman, de Martin Scorsese. Esse é um elenco impressionante.

Tenho uma participação muito pequena nisso – interpreto a filha de Robert De Niro, um deles, e ele é o irlandês (o líder sindical e suposto assassino Frank Sheeran). Mas é uma experiência absolutamente extraordinária, apenas estar por perto desses grandes tipos de deuses do meu ofício. / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

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