Anima Mundi começa hoje em São Paulo

Festival de animação, que começou no Rio, chega à sua nona edição quebrando recordes de participações: são 361 produções de 38 países

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Consagrado como um dos mais importantes festivais de animação do mundo, o Anima Mundi chega à nona edição reforçando a boa idéia da interatividade com o público e batendo recordes de participação. Este ano, serão exibidos 361 filmes e vídeos de 38 países, entre concorrentes e convidados. Desse total, 69 títulos são brasileiros - pelo segundo ano consecutivo, a maior representação do festival. "Esta é a nossa grande vitória", diz Marcos Magalhães, animador e criador do evento com Aída Queiroz, Lea Zagury e César Coelho. "No início, tínhamos de catar os produtores e convencê-los a participar. Hoje, temos de selecionar." O Anima Mundi começou no Rio e chega hoje a São Paulo. A porção paulistana, instituída a partir de 1997, traz praticamente as mesmas atrações que a carioca, com exceção da palestra da animadora brasileira Lúcia Modesto, que trabalhou na produção de Shrek e FormiguinhaZ, ambos dos estúdios Dreamworks. Os filmes serão exibidos no Museu da Imagem e do Som, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural Fiesp, Auditório do Centro Brasileiro Britânico e Espaço Unibanco de Cinema. A Mostra Oficial de Cinema e a Mostra Brasil são as principais seções do festival. A primeira reúne 15 programas com uma média de sete curtas de animação cada um. Arábia Saudita, China, Índia, Taiwan, Venezuela e Hong Kong participam pela primeira vez. São muitos filmes, mas garimpando bem pode-se encontrar títulos com referências importantes. É o caso de Father and Daughter, do holandês Michael Dudok de Wit, ganhador do Oscar de curta de animação deste ano e do Prêmio da Academia Britânica na mesma categoria. Ou ainda de Rejected, do americano Don Hertzfield, que tem em seu currículo a indicação para o Oscar da categoria. Teekonde Nirvanaasse, de Mait Laas, da Estônia, também integra a seleção principal. O filme venceu o Festival de Oberhousen, na Alemanha, um dos mais importantes dedicados ao formato curta-metragem. Na mesma seção, o diretor comparece com Päevavalgus, seu filme mais recente. Outra boa aposta é Âme Noire, da canadense Martine Chartrand, que ganhou o Urso de Ouro para melhor curta no Festival de Berlim. O Brasil também está na seção. O País será representado por quatro curtas de animação. São Cavaleiro Jorge, do gaúcho Otto Guerra; O Poeta, de Paulo Roberto Munhoz; Os Irmãos Williams, de Ricardo Dantas, e Os Idiotas mesmo, de Allan Sieber. Um dos programas da Mostra Oficial de Cinema será dedicado exclusivamente aos filmes eróticos, destacando uma tendência observada durante a seleção. São sete títulos que falam de temas afins, como crise conjugal, denúncia de abuso, homossexualismo e até pornografia. A curiosidade aqui é a participação de dois filmes búlgaros: Lounata Sas Sinite Otchi, de Pencho Kunchev, e July, de Stoyan Dukov. Formada por três programas com cerca de 20 filmes cada, a Mostra Brasil traz a mais recente produção do gênero para o formato curto. Contando com os participantes brasileiros da Mostra Oficial, formam a maior representação do festival. É o segundo ano consecutivo que isso acontece, o que indica claramente um aumento do interesse pela produção. Outra novidade na mostra competitiva diz respeito aos prêmios. Além do troféu concedido pelo público, por meio de votação popular, haverá também um júri formado por animadores, jornalistas e pessoas ligadas à animação. Os prêmios não serão dados por exclusão. Portanto, os filmes poderão ser premiados por unanimidade. Convidados - Outro destaque do Anima Mundi é a seção dedicada às retrospectivas. O belga Raul Servais ganhou uma programação com nove filmes, além da exposição Itinerários de um Cine-Pintor, no Centro Cultural Banco do Brasil. Referência da animação belga, Servais usa a pintura - em especial a do surrealista Magritte - como inspiração de suas animações. Conhecida do público do Anima, a animadora checa Michaela Pavlatova volta este ano com uma grande retrospectiva, que inclui Reci, Reci, Reci, seu único filme indicado para o Oscar. Até o canal de televisão a cabo especializado em animação Cartoon Network terá uma participação ativa no festival deste ano. Além de exibir uma parte de sua produção recente, incluindo o longa-metragem Sheep na Cidade Grande, o canal traz parte de sua equipe criativa para fazer palestras sobre o processo de criação e produção dos desenhos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.