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Ancine mantém cota para filmes nacionais e estabelece sanção ao limite de telas

Proposta é que estabelecimentos paguem com dias de exibição de filmes nacionais caso desrespeitem acordo contra os megalançamentos

Por Pedro Antunes
Atualização:

 Assinado no dia 30 dezembro de 2014, pela presidente Dilma Rousseff, o decreto que estabelece a Cota de Tela para 2015 foi revelado pelo site oficial da Agência Nacional do Cinema (Ancine) na tarde desta segunda-feira e mostra que o número mínimo para a exibição de obras nacionais se manterá igual ao de 2014. A diferença deste ano é que a cota será usada como sanção caso algum complexo de salas de cinema descumpra o acordo assinado também em dezembro do ano passado, no qual exibidores e distribuidores aceitaram estabelecer um limite no número de salas destinadas ao mesmo filme, conforme foi adiantado pelo Estado

Matheus Nachtergaele, no filmeTrinta Foto: Julia Schmidt/Divulgação

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Como no ano passado, os estabelecimentos com uma sala deverão destinar 28 dias da sua programação à produção nacional, sendo que, pelo menos, seja exibido um mínimo de três títulos diferentes. As quantidades crescem proporcionalmente tal qual o porte do complexo e a quantidade de telas existente em cada um deles. Em um estabelecimento com três salas, o número sobe para 126 dias e uma variedade mínima de cinco filmes diferentes. 

O decreto, válido a partir da data de publicação, deixa claro que a cota aumentará caso não seja seguido o compromisso de autorregular os atualmente chamados de megalançamentos, como foi o caso de Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, filme estrelado por Jennifer Lawrence que estreou em 1,3 mil salas brasileiras em dezembro, cerca de 46,4% do total existente no Brasil (2,8 mil salas). Cada dia no qual o exibidor descumpra o acordo será trocado por um dia de produção criada no País.

Anunciado em 18 de dezembro de 2014, o termo de compromisso assinado por agentes econômicos do mercado cinematográfico brasileiro (entre eles, 23 empresas exibidoras e 6 distribuidoras) cria um limite de 30%, em média, para a quantidade telas ocupadas por um filme no mesmo complexo. Foram realizadas oito reuniões entre julho e o dia 10 de dezembro, com uma câmara técnica formada por profissionais da indústria cinematográfica brasileira e supervisionada pela Ancine. “A Ancine pautou um problema, ofereceu um ambiente para o debate e os agentes construíram um autolimite”, disse Manoel Rangel, diretor-presidente da Agência, na ocasião. 

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