Ancinav divide meio cinematográfico

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Por Agencia Estado
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A classe do audiovisual está rachada. Os mais ilustres cineastas e artistas do País estão se armando para um Fla-Flu cultural em torno da criação da Agência Nacional do Cinema e Audiovisual (Ancinav). O desejo manifestado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter em mãos neste fim de ano um projeto de consenso, foi adiado para o ano que vem e incendiou o meio cinematográfico. O grupo a favor da criação da agência fala na necessidade pontual de regulamentação do setor do audiovisual. E na democratização dos recursos que são aplicados no fomento de produções cinematográficas, além de maior competitividade do filme nacional no seu próprio mercado. São capitaneados pelo Congresso Brasileiro de Cinema (CBC), com o apoio de 55 entidades. Citamos alguns cineastas: Geraldo Moraes, Toni Venturi, Luis Carlos Lacerda, Nelson Pereira dos Santos, Murilo Salles, Eduardo Escorel, Mário Carneiro, Walter Lima Júnior, Tata Amaral e Carlos Reichembach. O CBC fez um manifesto pró Ancinav, com 344 assinaturas. Do lado de lá da trincheira está o chamado PIB do cinema nacional, além da Rede Globo e das maiores distribuidoras de cinema que atuam no País, as chamadas majors. Têm como porta-voz o Fórum do Audiovisual e do Cinema (FAC). Seus nomes: Roberto Farias, Cacá Diegues, Luiz Carlos Barreto e Arnaldo Jabor. Só para citar cineastas. Na tentativa de encontrar um discurso claro e pungente para defender sua posição, se reuniram há dois dias em São Paulo. Debruçados sobre o anteprojeto do MinC, cravaram os termos cerceamento da liberdade de expressão, censura, ditadura. Uns falam em "cama" para um golpe de Estado. Outros, luta contra um cartel do cinema. Não fosse o fato de todos serem cineastas e artistas, gente que até outro dia era camarada entre si, era de se supor que os dois grupos falam de assuntos totalmente distintos. Mas, não, fala-se do mesmo projeto, o de criação da Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav).

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