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"Amor Custa Caro" cobra o preço do afeto

Filme que estréia nesta sexta-feira em São Paulo traz Catherine Zeta-Jones e George Clooney em uma comédia romântica subversiva, em que o amor é submisso ao dinheiro

Por Agencia Estado
Atualização:

No segundo encontro entre os personagens de George Clooney e Catherine Zeta-Jones em O Amor Custa Caro, o advogado de sucesso, especialista em divórcios litigiosos, convida a ex-mulher do cliente que defende. Catherine quer tirar o máximo dinheiro possível do homem com quem esteve casada durante cinco anos. Clooney vai impedi-la, numa manobra de última hora no tribunal. Mas isso vai ocorrer depois e agora é óbvio que existe uma química, uma atração entre eles. Recitam versos de peças de Shakespeare. Um deles refere-se ao amor à primeira vista e era esse, Love at First Sight, o título da comédia que a dupla interpretou sob a direção de Steven Soderbergh (e passou no Brasil como Irresistível Paixão). O diretor Joel Coen e seu irmão, roteirista e produtor, Ethan, não perdem uma boa piada. A referência ao filme de Soderbergh é só uma perfumaria. A frase quente é quando Clooney pede dois tornados e pergunta se Catherine é carnívora. A resposta vem célere: "E como!" Catherine, como Clooney, é uma predadora. Derrotada por ele, vai armar uma engenhosa vingança. A rigor, na sua manifestação mais simples e essencial, o novo filme dos irmãos Coen é isto - uma história de vingança servindo a uma reflexão sobre um tema velho como o cinema, a guerra dos sexos. Se é velho, o que faz a graça e até a novidade de O Amor Custa Caro? É um conjunto de fatores que inclui o diálogo brilhante - taco no taco -, o brilho dos atores e, claro, a esperteza e inteligência da direção. Talvez se deva definir O Amor Custa Caro, já que estamos nos domínios do humor, como o filme mais ´marxista´ dos irmãos Coen. Marxista no duplo sentido. O de Groucho, rei do humor verbal, e o do velho Karl, já que a corrida, aqui, é pelo dinheiro e o conceito marxista da mais-valia faz-se presente.

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