Almodóvar e Tarantino abrem o Festival de Cannes

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Por Agencia Estado
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O diretor espanhol Pedro Almodóvar inaugurou o 57.º Festival Internacional de Cinema de Cannes, com A Má Educação. Foi a primeira vez que um filme espanhol abriu o certame. "Este ano não estou na competição oficial para ganhar um prêmio", disse Almodóvar. "Mas fazer o papel da pessoa que abre a tela já é um prêmio e isso me dá uma enorme alegria". Na abertura do evento, o cineasta dedicou seu filme às vítimas dos atentados de 11 de março, que mataram 191 e feriram mais de 2 mil pessoas em estações de trens de Madri. Almodóvar ganhou o Oscar de melhor roteiro em 2002 por Fale com Ela e de melhor filme estrangeiro de 2000 por Tudo Sobre Minha Mãe, filme pelo qual foi premiado como melhor diretor em Cannes, em 1999. Seu novo filme, com o ator mexicano Gael García Bernal, narra uma intrincada trama de abuso que se passa nas décadas de 1960 e 1970 entre estudantes e sacerdotes católicos. Outro cineasta ganhador do Oscar por Pulp Fiction, o diretor norte-americano Quentin Tarantino, que preside este ano o júri de Cannes, participou com Almodóvar da cerimônia de inauguração do festival. "Para mim, que sempre fui amante do cinema, desde que tive uso da razão, Cannes é o céu", disse Tarantino. "Para os amantes do cinema, este lugar é o céu". Seu filme Kill Bill 2, com Uma Thurman, será exibido fora da competição. Tarantino disse que sempre desejou participar do festival, ganhar a Palma de Ouro e pertencer ao júri. "E me fizeram presidente dos jurados", disse o cineasta. E concluiu: "Assim, se há outro nível acima do céu, é onde estou". Com atores, diretores e produtores de cerca de 20 países foi inaugurado nesta quarta-feira a 57.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes, que atrai oos olhares dos cinéfilos de todo o mundo para a Riviera francesa. Entre as estrelas que confirmaram presença estão Cameron Díaz, Eddie Murphy, Geoffrey Rush, Charlize Theron, Emily Watson, Tom Hanks, Sean Penn e Naomi Watts. O programa deste ano inclui filmes de diretores de vanguarda como o espanhol Pedro Almodóvar, o francês Jean Luc Goddard, o chinês Wong Kar-Wai e o norte-americano Michael Moore, mas também filmes de diretores comerciais de Hollywood. Entre os filmes fora da competição, além de Kill Bill 2, estão o documentário Salvador Allende, do diretor chileno Patricio Guzmán, Troy, com Brad Pitt, dirigido pelo cineasta alemão Wolfgang Petersen e Notre Musique, de Goddard, além dos filmes hollywoodianos The Dawn of the Dead, de Zack Snyder, Bad Santa, de Terry Zwigoff e De-Lovely de Irwin Winkler. Apenas três filmes franceses entraram na mostra oficial: Clean de Olivier Assayas, Comme une Image de Agnes Jaoui e Exils de Tony Gatlif. A Alemannha, que tem estado ausente do festival na última década, apresenta Edukators, um filme sobre um triângulo amoroso entre ativistas alemães, protagonizada por Daniel Bruehl, a estrela de Adeus, Lenin. Duas animações - gênero muito pouco representado em Cannes -, figuram este ano na competição: la produção norte-americana Shrek 2 e a japonesa Inocência. Figura pela primeira vez uma produção tailandesa na seleção oficial, Enfermedade Tropical, de Apichatpong Weerasethakul, sobre uma viagem à selva. Outro filme asiático na competição é o 2046, do chinês Wong Kar-Wai. Também aspiram à Palma de Ouro, que será entregue no dia 23, o norte-americano Michael Moore com seu documentario Fahrenheit 9/11, e os irmãos Joel e Ethan Cohen com outra produção norte-americana The Ladykillers, protagonizada por Tom Hanks. O 57.º Festival Internacional de Cinema de Cannes tem 18 filmes em competiçãop. Paralelamente à mostra competitiva há uma seleção oficial denominada "Um Certo Olhar", que traz um panorama do cinema mundial. Os curtas-metragens têm duas mostras competitivas, uma oficial, que contará com a exição de Quimera, dos brasileiros Tunga e Erik Rocha, e o Cinefondation, com filmes de escolas de cinema. A Quinzena dos Realizadores e a Semana da Crítica são mostras paralelas ao festival, que reúnem filmes de ficção e curtas-metragens.

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