Alice Braga é destaque em 'Território Restrito'

Harrison Ford vive agente que captura de imigrantes ilegais e prende a mexicana vivida por Alice Braga

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Por Redação
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Viver o sonho norte-americano não é para muitos, especialmente se o sonhador não nasceu nos Estados Unidos. O país que sempre vendeu a imagem da liberdade e da prosperidade tem enfrentado problemas sérios com imigrantes em busca dessa promessa por não terem conseguido alcançá-lá em sua terra natal. "Território Restrito", que estreia em circuito nacional, segue um grupo de personagens cujos destinos interligados lidam com essa questão. Escrito e dirigido por Wayne Kramer ("The Cooler - Quebrando A Banca"), "Território Restrito" aborda assuntos relevantes, mas de maneira pouco sutil, forçando algumas situações. O catálogo de referências cinematográficas do diretor passa por filmes recentes, como "Crash - No Limite", "Babel" e "Traffic". O primeiro a entrar em cena é Max Brogan (Harrison Ford, o eterno Indiana Jones), um agente especializado na captura de imigrantes ilegais. Logo no começo do filme, ele prende uma operária mexicana -- interpretada pela brasileira Alice Braga ("Eu Sou a Lenda"). Antes de ser levada para a prisão, ela lhe entrega um papel com o endereço do local onde está seu filho e pede para ele cuidar do menino. Como parece ser uma boa pessoa, Max procura o garoto e tenta achar a mãe dele, que desapareceu depois da prisão. "Território Restrito" não quer falar apenas dos imigrantes mexicanos -- um assunto explorado à exaustão por Hollywood. Há estrangeiros de várias origens: australianos, iranianos, bengalis e até ingleses. Ponto para Kramer ao abrir o leque de possibilidades e, por isso mesmo, tocar em questões importantes. No entanto, os excessos de maneirismos visuais (imagens das vias expressas de Los Angeles como metáfora do fluxo de imigração) e o didatismo bem intencionado acabam por enfraquecer o filme. Los Angeles, aliás, parece uma cidade com meia dúzia de habitantes onde todos se esbarram. O parceiro de Brogan é Hamid Baraheri (Cliff Curtis, de "A Encantadora de Baleias"), cuja família é de origem iraniana e mantém certos costumes, o que causa problemas para a caçula, nascida nos EUA, que leva uma vida nada pacata. Num dado momento, o destino do oficial cruzará com o de um jovem coreano cuja família espera a naturalização. Outro grupo de personagens envolve a australiana Claire (Alice Eve), uma aspirante a atriz, que, por acaso, conhece Cole Frankell (Ray Liotta, de "Os Bons Companheiros") -- o responsável pela aprovação dos pedidos de imigração. Ele a chantageia, prometendo um "green card" numa categoria especial para pessoas com talento excepcional em troca de favores sexuais. Ele é casado com Denise (Ashley Judd, de "Possuídos"), uma advogada tão idealista que usa um pingente com o formato do continente africano pendurado no pescoço. Denise irá tratar do caso de uma jovem bengali, Talisma (Summer Bishil), que acaba presa por dizer durante uma aula o que pensa sobre os ataques do 11 de Setembro. O discurso da garota é ingênuo, mas irrita todos os seus colegas -- inclusive a professora que a denuncia ao FBI, que passa a considerar a jovem uma ameaça, uma mulher-bomba em potencial, e que por isso deve ser imediatamente deportada. Um contraponto interessante envolve justamente Talisma e Gavin (Jim Sturgess, de "Across the Universe"), um judeu nada praticante, que usa sua religião como desculpa para pedir um "green card". Enquanto a garota é humilhada e intimidada por defender sua fé e seus pensamentos, ele consegue apoio até de um rabino, mesmo mentindo. Segundo "Território Restrito", o sonho acabou para alguns -- especialmente para aqueles que vêm de um país pobre e buscam nos Estados Unidos o conforto material que não encontram em sua terra natal. Por outro lado, as pessoas que decidem quem pode ou não viver o sonho também parecem despreparadas para tomar uma decisão tão importante para a vida dos outros. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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