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"Alexandre" decepciona crítica dos Estados Unidos

O esperado longa de Oliver Stone sobre o grande conquistador da Antiguidade não foi bem recebido pelos críticos norte-americanos

Por Agencia Estado
Atualização:

O filme Alexandre, O Grande, de Oliver Stone, estrelado por Colin Farrel e Angelina Jolie, estreou ontem nos Estados Unidos, mas não agradou a crítica. O esperado longa sobre o grande conquistador da Antiguidade foi considerado um filme de nudez, estupro, violência no campo de batalha e obscenidade, segundo crítica do jornal americano The Washington Post. De fato, a crítica americana não deu trégua nem para Angelina Jolie, que encena a mãe do rei, Olympias, menos ainda para Farrell, no papel principal. Alexandre, O Grande trata desde a infância deste legendário rei até seus últimos dias na Índia, aos 32 anos de idade. Em algumas situações, agrada. Em outras, aterroriza. É chato aqui, excitante ali. E chega a ser quase o tempo todo engraçado. O rei engana Dario e seu imenso e poderoso exército de persas na Batalha de Gaugamela. Mas o moço simplesmente não consegue dizer "não" a Olympias, sua manipuladora, esperta e venenosa mãe, que parece controlá-lo mesmo a milhas de distância. Numa das cenas, quando Alexandre leva sua taça à boca, ele pode ver a face de Olympia envolta em cobras no reflexo da bebida. Ainda pequeno, ele assiste a seu pai (Val Kilmer), o animalesco Felipe II, estuprar sua mãe e, portanto, tenta alguns dos mesmos truques com sua mulher, Roxane (Rosario Dawson). Mas ele parece mais feliz com seu antigo amante, Hephaestion (Jared Leto), fiel a Alexandre até a morte. A homossexualidade do rei, porém, não é tão explorada assim. Aparentemente, algumas coisas nem Oliver Stone pôde filmar. O cineasta queria abordar mais a homossexualidade (ou bissexualidade) de Alexandre. A Warner Bros. parece ter vetado - talvez soubesse o que poderia vir pela frente. O cuidado, porém, não adiantou. Liderados por Yannis Varnakos, advogados gregos ameaçam processar os "responsáveis pelo filme", informou a BBC. "O filme é pura ficção e não uma descrição verdadeira da vida de Alexandre", sustentam os advogados. Para eles, não fica claro que o filme seria ficção e exigem que a informação seja colocada nos créditos. O ator Colin Farrell afirmou que a sexualidade ambígua era muito comum na época. Ele afirmou ainda que havia um historiador no set de filmagens para assegurar a precisão do filme. Para a Aliança Contra a Difamação Gay e Lésbica, o filme estabelece novos padrões para longas que se baseiam em fatos históricos. E vê com bons olhos o retrato da história de amor entre Alexandre e Hephaestion. "Este rei tinha uma sensualidade polimorfa e foi um explorador, no sentido mais profundo da palavra", afirmou Stone.

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