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Alexander Payne volta ao cinema, após 7 anos, com 'Descendentes'

Por IAIN BLAIR
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Nos últimos 15 anos, o diretor e roteirista Alexander Payne criou um conjunto pequeno, mas potente de trabalho que mostra seu talento para equilibrar comédia e drama, incluindo "Sideways - Entre Umas e Outras", que ganhou um Oscar de melhor roteiro, e "As Confissões de Schmidt". Seu novo filme, "Os Descendentes", que antes mesmo da estreia nos cinemas esta semana já era considerado possível candidato ao Oscar, mostra um outro olhar para a vida e os relacionamentos, que equilibra alguns momentos familiares bastante obscuros com uma leveza que vem simplesmente da fragilidade humana. George Clooney estrela como um barão de terras havaiano cuja vida perfeita desmorona quando sua mulher entra em coma após um acidente de barco. Quando ele tenta se reconectar com as duas filhas, descobre que sua esposa estava tendo um caso. Com as filhas a tiracolo, ele sai para enfrentar o rival. Payne falou à Reuters sobre o filme e sobre o trabalho com Clooney, que foi indicado ao Oscar por coescrever e dirigir "Boa Noite e Boa Sorte". P: Seu último filme foi "Sideways - Entre Umas e Outras", há sete anos. Por que demorou tanto? R: "Eu estive muito ocupado escrevendo três roteiros, um era um filme de ficção científica sobre pessoas que encolhem, que eu espero fazer no futuro, e fazendo um curta em Paris. E eu também me divorciei, passei por uma cirurgia. Esses sete anos se passaram rapidamente." P: Qual foi o apelo de "Os Descendentes"? R: "Eu gostei da história. É uma história muito humana e eu nunca tinha visto isso antes, em especial se passando no Havaí em meio a esse tipo de aristocracia decadente. Eu sou de Nebraska e não conhecia o Havaí ou a estrutura social complexa de lá. É um lugar muito estranho e esquisito." P: Como sempre, você juntou um elenco fantástico. Deve ser complicado montar uma família. R: "É, mas eu consegui garantir Clooney logo e montar o elenco ao redor dele. Escolher crianças consome muito tempo, e é muito difícil encontrar crianças que tenham qualidade, mas também pareçam ter a própria idade e não serem pequenos atores. Nós testamos 200 garotas antes de encontrar Shailene Woodley, que interpreta a filha mais velha, e ela é incrível. Eu soube instantaneamente que era ela." P: Alguma surpresa ao trabalhar com Clooney? R: "Diretores não costumam se encontrar com frequência, exceto em premiações, mas nós falamos uns com os outros sobre atores e todos me disseram quão maravilhoso é trabalhar com ele e ... isso é realmente verdade. Ele entende tudo sobre filmagem e é mais confortável em um set do que em qualquer outro lugar. Ele é tão versátil, e você pode coloca-lo para fazer muitas coisas." P: Mas nem tudo. Não é verdade que ele quis fazer "Sideways" e você o descartou? R: "É verdade, mas ele não era a pessoa certa para fazer o papel de Thomas Hayden Church, interpretando um ator de TV muito mal sucedido. Teria se tornado a piada do filme e eu não queria isso. P: Ele também é um diretor muito talentoso. Isso ajudou bastante? R: "Os melhores atores são aqueles que também já dirigiram, já que eles entendem todos os problemas que você enfrenta. Ele acabou de dirigir seu quarto filme e é um grande colaborador."

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