PUBLICIDADE

Alemães elogiam Tom Cruise em filme sobre nazistas

Por MADELINE CHAMBERS
Atualização:

Tom Cruise superou as expectativas e recebeu críticas favoráveis na Alemanha por sua interpretação de um oficial militar prussiano que tentou assassinar Hitler em 1944, no filme norte-americano "Operação Valquíria". Críticos alemães, que inicialmente ficaram desconfiados com o filme, acabaram por elogiá-lo como uma obra séria e afastaram suas reservas quanto à capacidade Cruise para o papel principal. "'Operação Valquíria' não é terrivelmente ruim, nem é o acontecimento do século. Não é o filme de ação que temíamos ser, e sim um filme sério e bem-feito", disse a resenha da rede pública ZDF. "Cruise interpreta seu papel com decisão e frieza --uma atuação sólida, mas não merecedora de um Oscar." O ator de Hollywood interpreta o coronel Claus Von Stauffenberg, que plantou uma bomba numa maleta sob a mesa de Hitler em seu quartel-general na Prússia em 20 de julho de 1944. A mesa, de madeira sólida, salvou Hitler, que só sofreu pequenos ferimentos. Stauffenberg foi executado na mesma noite ao lado de seus cúmplices. Seu legado ajuda a aliviar a culpa da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto que os alemães ainda enfrentam. TEMORES INFUNDADOS? Inicialmente, os alemães franziram o nariz para a escolha de Cruise, um astro de filmes de sucesso como "Top Gun - Ases Indomáveis", para o papel de Stauffenberg. O filho de Stauffenberg chegou a pedir a Cruise que "tirasse as mãos de seu pai" e fosse para casa. Muitos alemães expressaram objeções aos vínculos do ator com a cientologia, o movimento fundado em 1950 pelo escritor de ficção científica L. Ron Hubbard, e a cidade de Berlim criou dificuldades para as filmagens no edifício Bendlerblock, onde Stauffenberg foi morto. A Alemanha não reconhece a cientologia como religião, e sim como um culto que visa apenas ganhar dinheiro. Os cientologistas rejeitam essa visão. "Operação Valquíria", dirigido por Bryan Singer, estreou nos Estados Unidos em 25 de dezembro e as bilheterias estão surpreendendo os céticos, com um quarto lugar na América do Norte em seu fim de semana de estréia. Alguns comentaristas disseram que Cruise poderia melhorar a imagem do país, levando a história de Stauffenberg a uma audiência mais ampla. Frank Schirrmacher, editor do jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, disse que a interpretação de Cruise poderá mudar a imagem que o mundo tem dos alemães. Na resenha da ZDF, o diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck ("A Vida dos Outros") descreveu o elenco como formidável. "A esperança da Alemanha se chama Tom Cruise". O jornal de Colônia Koelner Stadt Anzeiger escreveu: "O temor de que o mito da resistência alemã seria rebaixado pelo filtro de Hollywood era errado e preconceituoso. Pelo contrário, a origem norte-americana do filme é sua maior vantagem." A cobertura não tem sido cem por cento favorável. "O filme é bem executado, não é um drama de guerra exagerado e explosivo, mas uma história calma e cronológica. Seu principal defeito é Cruise, que aparece em quase todas as cenas, mas é travado", disse a crítica do Badische Zeitung.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.