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Alejandro Jodorowsky e 'Poderoso Chefão' são destaques no streaming

Cada vez é menor a janela de lançamentos entre cinema e streaming, e cada vez mais o streaming ganha espaço na indústria audiovisual

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

A Warner internacional já anunciou que, no ano que vem, estará lançando simultaneamente suas atrações nos cinemas e no streaming. É reflexo da pandemia, que está mudando hábitos – e com certeza está mudando o jeito como o público vê filmes. Cada vez é menor a janela entre cinema e homevideo ou streaming. 

Cena do filme 'El Topo', de Alejandro Jodorowsky Foto: Mubi

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El Topo

Na série de lançamentos de filmes de Alejandro Jodorowsky em streaming, chega a vez do spaghetti western, temperado de metáforas religiosas, que foi, talvez, o filme responsável pela consagração internacional do autor. O homem todo de preto, montado num cavalo também preto. Na mão um guarda-chuva – preto – e, na sela, o menino nu que carrega um brinquedo. Conta a lenda que foi John Lennon, impressionado com a riqueza visual e a complexidade das referências psicanalíticas, que exortou a Apple a adquirir os direitos para exibição do filme em Nova York. Na semana que vem, tem mais – A Montanha Sagrada. Na MUBI.

O Poderoso Chefão – Desfecho: A Morte de Michael Corleone

Relançada nos cinemas, a nova versão do fecho da trilogia de Francis Ford Coppola também já chegou ao streaming. Apesar do título, Michael Corleone não morre no fim e essa é uma das sutis diferenças entre a versão original e essa. Metaforicamente, ele morre ao perder a filha, Mary, naquele tiroteio na escadaria da Ópera de Bagheria, na Sicília. Sempre houve controvérsia quanto ao Chefão 3. Seria o mais fraco do trio, o patinho feio, mas desabrochou e agora pode ser aclamado como o grande filme que já era. E a ópera – Cavalleria Rusticana – no desfecho, em paralelo com o acerto de contas de Michael com a cúpula do corrupto Banco Ambrosiano, do Vaticano, pode muito bem ser a obra-prima estilística de Coppola. No Now.

Família de Axé

Tetê Moraes fez documentários sobre a questão fundiária no Brasil e até sobre um jornal alternativo libertário na era de paz e amor, o Sol. Agora documenta um pai de santo baiano – Alberto Ribeiro Santana – e sua família de sangue e de crença. Por meio de rituais de canto e dança, e da culinária, eles tentam manter viva a herança do candomblé, num momento em que as religiões afro sofrem ataques no novo Brasil que se pretende evangélico. Um filme necessário de uma diretora cujo nome tem estado ligado à resistência política e cultural. No NetNow, VivoPlay e OiPlay. É JORNALISTA E CRÍTICO DO ‘ESTADÃO’, AUTOR DE ‘CINEMA. ENTRE A REALIDADE E O ARTIFÍCIO’

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