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'Ainda Temos a Imensidão da Noite', de Gustavo Galvão, ganha nova chance no streaming

Filme retrata integrantes de uma banda punk de Brasília considerada alternativa demais e que vão tentar a vida na Alemanha

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

No fim do ano passado, as particularidades do mercado – quase sempre hostil com o produto brasileiro –, fizeram com que Ainda Temos a Imensidão da Noite passasse quase despercebido. 

Cena do filme 'Ainda Temos a Imensidão da Noite', de Gustavo Galvão Foto: André Carvalheira

O belo filme de Gustavo Galvão ganha agora nova chance. Desde a quinta-feira, 23, está disponível nas plataformas Now, Vivo Play e Oi Play. Tem algo a ver com

THF – Aeroporto Central

porque lá pelas tantas a narrativa, que começa em Brasília, transfere-se para Berlim. Como Karim Aïnouz, que dirige

Aeroporto Central

, Galvão e sua protagonista são mais dois brasileiros na Alemanha.

Em dezembro, em entrevista ao

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Estado

, Galvão contou que, na juventude, quando era estudante, foi vocalista de uma banda punk em Brasília. Ele se orientou para o cinema. Mas a atração pela música, e pelos músicos, permaneceu muito forte. 

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Ainda Temos a Imensidão da Noite

é sobre os integrantes de uma banda brasiliense. Tentam fazer carreira, mas são considerados alternativos demais. O grupo dispersa-se. Uns vão para a função pública – afinal, é Brasília. Outro vai para Berlim, e é para lá que segue Laya Gresta. Ao chegar, encontra uma situação inesperada. O ex-parceiro, na arte e na vida, está tendo um caso com outro homem. Em vez de acusações, gritos e ranger de dentes, a questão de gênero não é vista como escândalo, algo a ser condenado. Vira um trio, mas, se com dois a relação já pode ser difícil, com três termina ficando insustentável.

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Como amante da música, e apesar das dificuldades próprias de um set de filmagem com recursos limitados, Galvão diz que o processo foi muito estimulante. Em shows, ninguém reclama de duração e, ao entrar no embalo, o público quer é mais. A criação, a música como liberdade. Essa mesma liberdade foi o que Gustavo Galvão buscou no trabalho com músicos de verdade e atores não profissionais. 

Ayla era arquiteta, dois dos principais músicos, Munha da 7 e Nicolau Andrade, tiveram formações diversas, Lee Ranaldo, da banda Sonic Youth, fez o trabalho de estúdio e o próprio Galvão gosta de lembrar que se formou no pós-punk, ouvindo Joy Division. A música não é fundo em Ainda Temos a Imensidão da Noite. É personagem. O filme merece atenção.

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