Acordo encerra disputa em Hollywood

Contrato assinado na sexta-feira por representantes dos sindicatos dos roteiristas e pelos produtores afasta definitivamente o risco de greve

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Por Agencia Estado
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O clima de "crônica de uma greve anunciada" que mudou a rotina de Hollywood nos últimos meses e ameaçava a economia do Estado da Califórnia com um rombo estimado de US$ 6,9 bilhões, além da perda de 81,9 mil empregos, foi praticamente dissipado no começo da tarde da sexta-feira. Representantes do sindicato dos roteiristas, o Writers Guild of America (WGA), e da Aliança dos Produtores de Cinema e TV (AMPTP) chegaram a um acordo sobre o novo contrato (de três anos). "Quase quatro meses atrás, iniciamos negociações para alcançar um contrato que pudesse gerar respeito pelos roteiristas", disse Michael Mahern, negociador do sindicato, em entrevista coletiva depois do anúncio do acordo. "Hoje, anunciamos um acordo com grandes avanços e sem ter havido uma greve." O acordo que os roteiristas conseguiram prevê para os próximos três anos um ganho de US$ 41 milhões sobre o ponto mais importante da negociação: o pagamento de residuais em cima da comercialização de filmes e programas de TV no mercado exterior, vídeo e DVD, TV a cabo e novas mídias como a Internet. O sindicato pedia um reajuste de US$ 100 milhões, mas os representantes dos estúdios e emissoras diziam que esse valor representaria uma quebradeira para suas empresas. Além da questão financeira, o sindicato tinha uma agenda cheia de discussões sobre direitos criativos da categoria. Sob o novo contrato, os roteiristas readquiriram o direito de ser convidados para as premières de seus filmes, ensaios e leituras de roteiro, divulgação para a imprensa e também de visitar as filmagens. O ponto mais polêmico da negociação - depois do monetário - foi a banalização do uso do crédito "um filme de" por parte dos diretores. O crédito, que antigamente só era utilizado se os cineastas fossem D.W. Griffith, Alfred Hitchcock ou Billy Wilder, agora vem sendo empregado por qualquer um. Essa discussão representou controvérsia e foi deixada de fora do acordo. Ela será debatida num encontro futuro. O contrato precisa ser ratificado por uma votação dos 11 mil membros do WGA, o que ocorre no dia 4 de junho. Em duas semanas, executivos dos estúdios e emissoras de TV começam as negociações com o sindicato dos atores, cujo contrato expira em 30 de junho. Diante desse acordo, as negociações com os atores é vista com otimismo. "Graças a Deus que esse pesadelo terminou", disse Mark Canton, produtor de Batman, em entrevista ao Estado.

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