'A Mente que Mente' satiriza o mundo do entretenimento

Filme de comédia gira em torno da pergunta: que fim levam os famosos quando somem do radar da mídia?

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Por Redação
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Em tempo de celebridades instantâneas que duram menos de 15 minutos, a comédia "A Mente que Mente", que estreia em São Paulo, Rio e Brasília, pergunta: que fim levam os famosos quando somem do radar da mídia? O famoso em questão é Buck Howard, interpretado por John Malkovich ("A Troca"), um ilusionista capaz de ler a mente das pessoas --entre outros truques-- que enfrenta uma encruzilhada em sua carreira de altos e baixos. O personagem é inspirado num mágico real que fez sucesso nos Estados Unidos nos anos 1970, George Joseph Kresge Jr, conhecido como "Amazing George". Buck Howard tem um bordão que utiliza em todo lugar em que se apresenta: "Eu adoro essa cidade!". Também tem outra marca registrada: entrega todo o seu cachê ao público, que deverá esconder o pacote de dinheiro em algum lugar da platéia e que ele, com seus poderes psíquicos, localizará. Mesmo não estando na melhor fase de sua carreira, ele ainda faz certo sucesso. Seu novo assistente é Troy Gable (Colin Hanks, de "King Kong", filho de Tom Hanks, que é produtor do filme e aparece numa cena), um rapaz que abandona a faculdade de direito para trabalhar com o mágico, enquanto tenta descobrir o que realmente quer fazer da vida. É pelos olhos dele que conhecemos o verdadeiro Howard, um sujeito egocêntrico, egoísta, grosseiro e que (não por acaso) parece nunca ter sido amado. Mas tal qual o rapaz, nunca se consegue penetrar além dessa máscara que o próprio Buck Howard criou para si. É um redoma de vidro que nem Troy, que trabalha com o sujeito, consegue atravessar. Alguém pergunta ao assistente se o mágico é gay. "Não sei, nunca o vi com ninguém", é a resposta. Sob os holofotes, ele é amável, divertido e simpático. Nos bastidores, é rude e grosseiro --especialmente com quem trabalha. Ainda assim, Troy tem algum carinho por seu patrão, que o impede de abandonar o trabalho. Nem quando o rapaz se envolve com a relações públicas do mágico, vivida por Emily Blunt ("O Diabo veste Prada"). Até por não conseguir desvendar essa figura que o ilusionista criou, o rapaz nunca saberá se o mágico é uma fraude ou se todos seus truques são reais. O filme foi escrito e dirigido por Sean McGinly que, como o herói de "A mente que mente", trabalhou e viajou com o verdadeiro "Amazing George". Desse trabalho, tirou inspiração para criar Buck Howard e essa sátira ao mundo do entretenimento --onde todos precisam criar um personagem para sobreviver e se reinventar de tempos em tempos. Vendido como uma comédia, o filme está mais para um suspense com toques de humor e tensão. O ponto alto é a interpretação de Malkovich, capaz de manter o interesse pelo personagem mesmo quando o filme não tem muito a dizer sobre ele. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas no texto são responsabilidade do Cineweb

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