A Idade do Ouro, de Buñuel, abre mostra Sade no Cinema

O filme é baseado no livro no livro Os 120 Dias de Sodoma, do marquês de Sade. A seleção de longas busca traçar o essencial da vida e dos textos do escritor

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Por Agencia Estado
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O primeiro longa do espanhol Luis Buñuel, A Idade do Ouro (de 1930), foi baseado no livro Os 120 Dias de Sodoma. Em 1966, o inglês Peter Brook adaptou para a tela a peça Marat/Sade, de Peter Weiss, recrutando Glenda Jackson, Ian Richardson e Michael Williams para o elenco. Sem se esquecer do polêmico Saló, em que o italiano Pier Paolo Pasolini também buscou inspiração em 120 Dias. A julgar pela seleção, a programação Sade no Cinema, oferece fartas opções para se conhecer a obra do marquês. A Idade do Ouro, que abre hoje às 16 horas o festival no Centro Cultural São Paulo, foi proibido pela Igreja Católica como blasfemo, por mostrar Cristo saindo de uma orgia no castelo descrito por Sade em Os 120 Dias. Trata-se da antológica seqüência do sexo canibal em uma festa burguesa, interrompido pelo telefonema de um ministro ofendido. Se Buñuel é deliciosamente amoral, Pasolini identifica, em Saló, o fascismo com a obra de Sade. Para ele, o verdadeiro fascismo, pior que o de Mussolini, era montado naquele momento (1975), com a sociedade de consumo e a conseqüente destruição da cultura operária. Mais distante do tema, Contos Proibidos do Marquês de Sade, dirigido por Philip Kaufman, gravita em torno de uma única idéia: a de que todo criador tem o direito a se expressar. É curioso como mostra a fase de prisioneiro do escritor, mas tal momento é mais esclarecedor em Marat/Sade ou em Marquis de Sade, de Gwyneth Gibby, ambos programados. U.B. Marquês de Sade. Hoje, 16 horas, A Idade do Ouro (1928), de Luis Buñuel; 18 horas, Marquis de Sade: Justine (1968), de Jesus Franco; 20h15, Marat/ Sade (1967), de Peter Brook. Centro Cultural São Paulo (110 lug.). R. Vergueiro, 1.000, Paraíso, 3277-3611. 3.ª a dom. Grátis (retirar ingressos 1 hora antes). Até 7/5.

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