PUBLICIDADE

"A Grande Ilusão", um clássico em DVD

Ganhador do Oscar de melhor filme de 1949, conta a trajetória de um político populista norte-americano. É baseado no livro homônimo que deu o Prêmio Pulitzer ao escritor Robert Penn Warren

Por Agencia Estado
Atualização:

Oscar de melhor filme de 1949, A Grande Ilusão não recebeu a estatueta da Academia de Hollywood para o melhor diretor. Naquele ano, o escolhido foi Joseph L. Mankiewicz, por Quem É o Infiel? Robert Rossen inscreve-se, assim, entre aqueles que, tendo feito o considerado melhor filme não ganharam o correspondente reconhecimento para o seu trabalho de direção. A lista é longa é vem, este ano, até Ridley Scott, que fez o vitorioso Gladiador, mas viu Steven Soderbergh (por Traffic) subir ao pódio como diretor. A Grande Ilusão está saindo em DVD pela Columbia. Integra o novo pacote da distribuidora, que também inclui a comédia Tootsie de Sydney Pollack, com Dustin Hoffman, e A Fera da Guerra, do tempo em que Kevin (Waterworld) Reynolds era bom, com Jason Patric. Todos trazem, como extras, trailers, notas sobre elenco e diretor (e Tootsie e A Grande Ilusão também de produção). O título brasileiro é o mesmo que recebeu um clássico do francês Jean Renoir nos anos 30 (La Grande Illusion). No original, o filme de Rossen chama-se All the King´s Men. Com base no livro de Robert Penn Warren, vencedor do Prêmio Pulitzer A Grande Ilusão debruça-se sobre um fenômeno americano dos anos 40, um político populista inspirado no lendário senador Huey Long. Rossen fez um filme que mostra bem a América do fim dos anos 40. No mundo reconstruído sobre os escombros da 2.ª Guerra, os EUA haviam se tornado uma das potências hegemônicas, sendo a outra a União Soviética. Logo viria o macarthismo, mas o embate entre comunistas, reformadores e populistas já ocupa o centro das atenções do diretor-roteirista, que não deixa de discutir, ainda, outro tema polêmico - o da relação entre imprensa e poder. Há uma história segundo a qual A Grande Ilusão não ia bem nas numerosas previews a que era submetido. A cada teste de público, Rossen mudava o filme sem atingir o coração das platéias. Salvou-o o montador (e futuro diretor) Robert Parrish. Filmes salvos na sala de montagem não são raridade e A Grande Ilusão beneficia-se também de um elenco prodigioso. Broderick Crawford ganhou um merecido Oscar de melhor ator, o mesmo podendo dizer-se de Mercedes McCambridge, a melhor coadjuvante. Rossen, considerado grande roteirista, foi um diretor desigual, mas além desse filme fez outros dois que viraram objeto de culto. Sua obra-prima talvez seja Desafio à Corrupção, com Paul Newman, de 1961, que capta à perfeição o ambiente enfumaçado no qual se enfrentam os campeões de bilhar. Mas a este verdadeiro clássico há críticos (Bertrand Tavernier) que preferem Lilith, de 1964, com Jean Seberg, sobre o universo dos doentes mentais. A Grande Ilusão (All the King´s Men). EUA, 1949. DVD da Columbia. Nas lojas e locadoras

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.