"A Dona da História", agora no cinema

A famosa peça de João Falcão, com Marieta Severo e Andréia Beltrão, chega ao cinema em adaptação de Daniel Filho, que acrescentou homens na trama: Fagundes e Santoro

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Por Agencia Estado
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A Dona da História, peça de João Falcão, estouro de bilheteria e crítica há seis anos no Rio e São Paulo, com Marieta Severo e Andréia Beltrão chega agora ao cinema, com direção de Daniel Filho. O diretor esteve trancado desde o réveillon, em estúdios ou locações para fazer o filme. Na sexta-feira, véspera do carnaval, encerrou as filmagens nos estúdios Herbert Richers, com cenas que tinham Marieta Severo, Antônio Fagundes, protagonistas da trama, na idade madura (Débora Falabella e Rodrigo Santoro fazem os mesmos personagens jovens), Ana Furtado e Antônio Fragoso. Sua felicidade era contagiante, assim como a segurança que ele transmite à equipe, de cerca de 80 pessoas. Daniel Filho tem mais de 50 produções de televisão, veículo que ajudou a criar e cuja linguagem inventou no Brasil. Nos quase 40 anos da Rede Globo, dirigiu ou idealizou mais da metade dos sucessos da emissora, como as novelas Dancing Days e Pecado Capital, as minisséries O Primo Basílio e Quem Ama não Mata, e as séries Malu Mulher e Mulher. A Dona da História é o sétimo filme de Daniel Filho, o segundo adaptado de um sucesso no teatro. Mas ele não repete a receita de A Partilha, que ficou em cartaz dez anos e teve excelente bilheteria no cinema. "João Falcão sugeriu a peça, que tem um tema excelente, o encontro de uma mulher, na época de reposição hormonal, com ela mesma na explosão dos hormônios. É uma idéia maravilhosa, que nunca vi no cinema", conta ele. Na peça, as duas fases da mesma mulher dialogam sobre suas escolhas quanto ao homem que ela ama, mas nunca aparece em cena. No cinema, esse homem vira personagem com Fagundes e Santoro. "Eu precisava de bons atores, com forte apelo com as mulheres", explica Daniel Filho. "A Marieta era escolha natural, a peça é dela. Os outros vieram de testes e estou plenamente satisfeito com meu elenco, embora Marieta e Débora, Rodrigo e Fagundes, não se pareçam fisicamente." Fagundes minimiza a questão da aparência. "As pessoas mudam ao longo dos anos e, vendo trabalhos meus de 30 anos atrás, não me pareço nada comigo naquela época", compara. Esta é a primeira vez que os dois trabalham juntos no cinema. Santoro diz que se divertiu nas filmagens. "É uma comédia romântica, sem situações engraçadas e tudo funcionava na medida, na hora certa", disse ele. "O personagem é um apaixonado, idealista em todas as suas fases. Para Marieta Severo, o filme completa um ciclo interrompido numa trajetória ascendente, por causa da gravidez de Andréia Beltrão "É o motivo mais maravilhoso do mundo para se parar um espetáculo", brinca. "A gente se devia em relação à peça, pois tinha muitos planos para ela. Para mim, isso se completa com o filme." A Dona da História mantém-se no universo feminino, tema de toda a carreira de Daniel Filho. Suas novelas, seriados e minisséries enfocam as mulheres em várias situações e, mesmo quando adaptou Nelson Rodrigues para a telinha, na série A Vida como Ela É, a visão era do homem, mas elas eram o foco. "Dizem que é porque eu gosto muito de mulher (risos), mas é porque eu as conheço muito pouco". O filme vai direto para os cinemas, sem passar por festivais, como é praxe.

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