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‘A Canção da Floresta’, que retrata viagem musical pela África, abre o É Tudo Verdade

Festival de documentários terá a exibição de 77 longas de 26 países

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Com 77 filmes, festival presta homenagensForam mais de 1.300 inscritos e, entre eles, Amir Labaki e sua equipe garimparam os 77 títulos que compõem a seleção do É Tudo Verdade. O maior evento de documentários do País abre-se na quinta, em São Paulo, com Canção da Floresta, de Michael Obert, e na sexta, no Rio, com Tudo por Amor ao Cinema, de Aurélio Michiles. O festival prolonga-se até dia 13 nas duas cidades e, depois, vai a Campinas, Brasília e Belo Horizonte. No ano passado, o festival antecipou-se às discussões sobre os 50 anos do golpe militar exibindo a versão restaurada de Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho. Este ano, presta homenagem ao grande documentarista, assassinado em janeiro, e volta ao Cabra, exibindo os extras que integram o DVD do filme clássico, lançado pelo Instituto Moreira Salles. “É um ano de descobertas”, avalia Amir Labaki. E, embora seja impossível apontar um tema, ele identifica uma tendência, e ela está na forma (leia entrevista abaixo). No capítulo homenagens, É Tudo Verdade resgata o Shoei Imamura documentarista, faz justiça à grande Helena Solberg e exibe um inédito de Leon Hirszman.  **** Confira entrevista com Amir Labaki, diretor do festivalO festival nunca prestou tantas homenagens como neste ano. Shoei Imamura, Helena Solberg, Leon Hirszman e, claro, Eduardo Coutinho. Como foi montar tudo isso?É muito bacana resgatar o Imamura, que as pessoas não conhecem, ou dar a Helena o reconhecimento que ela merece. É uma grande cineasta. O material do Leon Hirszman, sua entrevista com a doutora Nize da Silveira, é uma preciosidade recuperada pelo Eduardo Escorel. O triste é o tributo a Eduardo Coutinho, que não gostaríamos de estar fazendo, não por esse motivo. Mas ele merece. Coutinho extrapola o cinema. É um artista da estatura de um Graciliano Ramos, um Guimarães Rosa.Como foi feita a seleção? Tivemos mais de 1.300 inscrições, das quais cerca de um terço, 450, foram de brasileiros. A maioria vem de fora. Não dá para selecionar sozinho. Tem gente que me ajuda. Não foi fácil chegar a esses 77 títulos da programação. O importante é que a imensa maioria é de descobertas. O documentário não cessa de se renovar e surpreender. Como o mundo que reflete.Não dá para falar num tema do festival. O que une esses filmes? A questão da linguagem me parece cada vez se impor mais no documentário. O registro do real parece uma coisa simples, mas os diretores o fazem cada vez mais complexo. Há um diálogo do documentário com as demais artes, e isso é enriquecedor.Há alguma coisa em especial para destacar? Tem muita coisa, mas A Arte de Observar a Vida merece um registro especial. A grande documentarista Marina Goldosvskaya entrevistou os maiores. Richard Leacock, Albert Maysles, D.A. Pennebaker, Jonas Mekas. O que os trouxe ao documentário, seus métodos. As concepções muitas vezes são antagônicas, mas, além de mostrar que o documentário não é uma coisa só, a beleza do filme é que fala de amizade. É um dos mais belos filmes que já vi sobre amizade. 

FESTIVAL É TUDO VERDADE

De 3 a 13/4. Grátis.

CCBB. Rua Álvares Penteado, 112, tel. 3113-3651. 

Cine Livraria Cultura. Av. Paulista, 2.073, Conj. Nacional, tel. 3285-3696. 

Espaço Itaú Augusta. Rua Augusta, 1.475, tel. 3288-6780.

Reserva Cultural. Av. Paulista, 900, tel. 3287-3529. 

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