E a Mostra vai chegando ao fim. Nesta quarta de feriado, dia 2, ainda será possível ver muita coisa boa, inclusive um evento muito especial – a exibição do clássico A General, de e com Buster Keaton, com música ao vivo e regência do maestro Robert Israel, no Ibirapuera, mas isso será assunto para amanhã. Na quinta, 3, ocorre a cerimônia de premiação e você vai saber quem são os melhores desta 40.ª edição, eleitos pelo júri, pelo público e pela crítica.
Mas, calma, ainda não é o fim. Também na quinta recomeça tudo com a repescagem, um recorte com o melhor da Mostra para dar ao público a chance de ver o que talvez tenha perdido. E agora as atrações de terça, 1.º. São muitas, e bem diversificadas.
El Olivo
Atriz mítica, de filmes de grandes autores – O Sul, de Victor Erice, Terra e Liberdade, de Ken Loach -, a espanhola Iciar Bollaín estreia na direção com um filme escrito por seu marido, Paul Laverty. E é um filme delicado, misterioso, sobre a dedicação de uma neta ao avô. Ele parou de falar, de comer e ela acha que só poderá trazê-lo de volta à vida se recuperar a oliveira que a família vendeu, contra a vontade dele.
Caixa Belas Artes, Sala 1, 21h50.
O Exorcista
Passaram-se mais de 40 anos – 42! -, e o clássico de terror de William Friedkin, na retrospectiva do diretor, continua um dos filmes mais assustadores já feitos. A possessão demoníaca de Regan - “The bitch is mine!”, proclama o Diabo, falando pela boca da menina. Muitas cenas impressionantes e aquele final.
Cinearte 1, 14 h.
O Decálogo
Krzystof Kieslowski adorava esses projetos grandiosos, que trabalhava numa chave muito intimista. Os Dez Mandamentos, depois a Trilogia das Cores. São dois programas do primeiro, os Decálogos 5 e 6, e o segundo telefilme, ampliado para o cinema, virou Não Amarás, umas das obras-primas do autor. Na sequência, os Decálogos 7 e 8, e o segundo retoma o tema da responsabilidade na guerra, o Holocausto.
Cinearte 2, 14 h e 16h20.
Animais Noturnos
Tom Ford é um gênio. O mais chique dos estilistas conta duas histórias entrelaçadas. Retrata um mundo superficial, que vive de aparência, e o subverte pela via da literatura dentro do filme, expondo a sordidez humana com crueza. No final, tudo vira uma história só. Amy Adams, maravilhosa.
Cinemark Cidade de São Paulo, 21h30.
Os Demônios
Famoso por seus documentários, o canadense Philippe Lesage estreia na ficção com um filme nunca definido como menos que 'perturbador'. Em Montreal, cidade aterrorizada por uma onda de sequestros de meninos, um garoto de imaginação muito fértil libera seus demônios, e eles se convertem nos do mundo real.
Espaço Itaú, Augusta 1, 21h50.
Marguerite e Julien
A atriz e diretora francesa Valérie Donzelli conta uma história de amor proibido. Um casal de irmãos. O tabu do incesto desafia os códigos familiares e sociais, mas eles fogem e viram renegados. O projeto original era de François Truffaut, cujo roteiro a diretora adaptou com Jérémie Elkaïm (que faz Julien).
Espaço Itaú Frei Caneca 1, 21h30.
A Repartição do Tempo
O Brasil da modernidade e da competitividade cabe numa repartição em Brasília. A modorra da burocracia é subvertida quando o chefe se aproveita de uma máquina para duplicar os funcionários e aumentar o rendimento. O jovem diretor Santiago Dellape acerta o tom e faz um filme engraçado. O tipo de argumento – de ficção científica - que Hollywood adoraria refilmar com mais recursos, mas não, necessariamente, com a garantia de mais inteligência.
Espaço Itaú Frei Caneca 6, 13h30.
Vermelho Russo
Documentário e ficção misturam-se quando o diretor Charly Braun refaz a vbiagem que as atrizes Marthas Nowill e Maria Manoella fizeram à Rússia para estudar o método de representação de Stanislawski. Sexo, vodca e balalaica. Teatro dentro do cinema. Um regalo.
Espaço Itaú Frei Caneca 6, 17h15.
