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Zimbo Trio homenageia bossa nova

Conjunto faz apresentação comemorativa dos 50 anos do estilo nascido em Ipanema, com direito a Chega de Saudade

Por Livia Deodato
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Os motivos para comemorar são muitos: na próxima segunda, o Zimbo Trio completa 44 anos de vida; anteontem, o Centro Livre de Aprendizagem Musical (Clam), fundado pelo grupo na capital, apagou 35 velinhas; e o show que Rubinho Barsotti (bateria), Itamar Collaço (baixo) e Amilton Godoy (piano) apresentam de hoje a domingo no Auditório Ibirapuera vai festejar os 50 anos do estilo musical que ajudaram a consagrar, a bossa nova. ''O mês de março, sem dúvida, é muito importante para nós'', afirma o sempre bem-humorado Amilton. No palco, o trio vai mostrar o resultado de seu 49º disco, o Zimbo Trio ao Vivo, gravado durante o projeto Grandes Encontros, promovido pela Rádio Eldorado no Shopping Anália Franco em 2006. O álbum faz um passeio pelo que há de mais fino na bossa, com a já habitual releitura ''mais solta'' do trio, em que se destacam A Felicidade, de Tom e Vinicius, Influência do Jazz, de Carlos Lyra, e Acapulco, de João Gilberto. Garota de Ipanema e Chega de Saudade, da infalível dupla Tom + Vinicius, devem abrir e encerrar o show, respectivamente. As inéditas Choro, Teste de Som e Notas Que Falam, todas do pianista, sendo a última em parceria com Dulce Auriemo, serão mostradas pela primeira vez no palco. ''Elas só não são inéditas na minha casa'', brinca. Para acompanhá-los, o trio convidou grandes músicos, que há algum tempo se apresentam com eles - o bandolinista Danilo Brito, a cantora Fabiana Cozza e a responsável pelo naipe de sopros da Clam, Débora de Aquino, além de talentosos alunos formados pela escola fundada pelo Zimbo, que compõem o Soprando Notas e o Quarteto de Sopro. E pra quem acha que o gênero nascido em Ipanema na década de 50 morreu, Amilton tem o contra-ataque na ponta da língua. ''O modismo é uma característica da música popular. Só que tem coisas que vieram pra ficar, que trazem uma contribuição. Alguns movimentos, como a bossa nova, são fundamentados'', diz para logo desvendar a fórmula de seu sucesso: ''Os recursos de gravação eram limitados e os bossa-novistas simplificaram as batidas da bateria, por exemplo, para amplificarem o seu som na hora da mixagem; daí sobravam espaços que eram preenchidos por instrumentos de harmonia, no caso, o violão, e uma voz projetada por João Gilberto (um pouco antes disso, por Elizeth Cardoso no disco Canção do Amor Demais) que mais parecia com o próprio instrumento. Começaram, então, a se sobressair os valores harmônico e melódico, não importando se o cantor não fosse um grande tenor.'' Serviço Zimbo Trio. Auditório Ibirapuera (800 lugs.). Av. Pedro Álvares Cabral, s/n.º - Portão 2 do Parque do Ibirapuera, 5908-4299. Hoje e amanhã, 21 h; dom., 18 h. R$ 30

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