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Vozes unidas pela intensidade que ele inspira

Suzana Salles, Virgínia Rosa e Vânia Bastos cantam Itamar e lembram do início de carreira com ele

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

Itamar Assumpção sempre esteve cercado de vozes femininas. Virgínia Rosa foi a primeira delas. Ficou com ele durante 5 anos, enquanto durou a Banda Isca de Polícia. Depois vieram Suzana Salles e Vânia Bastos, saídas da banda Sabor de Veneno, de Arrigo Barnabé. No mês passado, numa tarde no Café Piu Piu, as três gravaram números musicais e depoimentos ao lado de Paulo Lepetit para o programa Mosaicos, da TV Cultura, dirigido por Nico Prado, que vai ao ar em setembro, em data próxima à do 60º aniversário de Itamar. Além de números individuais, as três cantoras interpretaram juntas o clássico Beijo na Boca e Nego Dito (que virou outro apelido de Itamar), acompanhadas dos violões de Le Petit e Ronaldo Rayol, parceiro de Vânia. "Além do som que ele produzia, da novidade musical que ele me trouxe, foi com Itamar que eu me profissionalizei", lembra Virginia. Até então, ela cantava com os primos em festivais estudantis. Tinha uma formação de MPB clássica. "Quando fui estudar violão, conheci Luiz Rondó, que tocava com Itamar e tinha acabado de gravar Beleléu. E o Itamar estava precisando de vocalista. Como eu cantava durante as aulas, Rondó me apresentou a ele." Era uma estética muito nova para ela, mas Virgínia a encarou com o despojamento e a curiosidade de uma criança diante de uma nova brincadeira. "Fiquei durante três meses ensaiando os vocais. Musicalmente foi muito importante pra cantar de uma outra maneira, usando a voz de um jeito percussivo." No programa, ela canta cheia de ginga Fico Louco. Como Virgínia, Suzana e Vânia escolheram canções marcantes em sua história com Itamar. "Quando comecei com ele, já estava com Arrigo. Então Itamar também foi fundamental, pela intensidade dele, pela exigência dele nos ensaios e pela seriedade. Ele se lançava de corpo e alma em qualquer coisa. A gente fez um simulacro disso, com Beijo na Boca, para sair com a organicidade que ele conseguia em ensaios", diz Suzana. Ela escolheu para cantar sozinha Sampa Midnight. "Com o Itamar, essa música já era uma parte em que eu solava na banda. E ela faz parte do meu primeiro CD." Mal Menor, selecionada por Vânia, foge ao "padrão Itamar", ou seja, é uma canção romântica. "Quando ele fez essa música em 1987, eu já nem estava mais com ele, mas fui a primeira a cantar, com orquestra. Agora gravei no meu DVD", lembra Vânia. "Sempre achei que se parece com uma música de Roberto Carlos, mas pela letra você vê que não é mesmo", brinca Vânia. Foi num intervalo entre os trabalhos com a Sabor de Veneno que ela foi ter com Itamar, em 1981. "Foi muito gostoso trabalhar com ele, naquele ritmo intenso."

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