DENTRO DO RINGUE Sem olho roxo: você pode só treinar, não precisa lutar. Adversários: os quilinhos extras e o estresse são as principais ?vítimas? do esporte Você olhou para a loira abaixo e pensou: "Mais uma modelo posando com luvas de boxe". Até poderia ser, mas nossa ?modelo? é a campeã mundial de boxe feminino Duda Yankovich, 32 anos, 1,68m e 63kg. Surpreso? A maioria fica, diz a sérvia radicada no Brasil, já que a modalidade tem o estigma de ser violenta. Ela, porém, garante que não é nada disso: "Briga de rua é uma coisa. Boxe é diferente. É um esporte de extrema concentração e preparação". E não é restrito a candidatos ao título mundial: ao treinar, você não precisa lutar de verdade no ringue. Até por isso, muitas mulheres têm aderido. Duda, que também é personal trainer, tem mais alunas do que alunos. Miguel Oliveira, campeão mundial meio médio ligeiro e professor desde os anos 80, conta que nunca houve tantos punhos femininos nos treinos. Mas os motivos vão além da falta de hematomas: boxe na academia também emagrece. Assaltos do bem Roberta Almeida, 36, inseriu o boxe em sua vida há dois anos. Depois do trabalho - ela é intérprete para crianças com deficiência auditiva -, corre para a academia, onde descarrega o estresse. Mais do que acalmar, o boxe levou 18kg embora e fez Roberta abandonar o spinning e a musculação. Aqui, ela mostra oito rounds (ou assaltos) do treino: de pular corda até bater no saco de areia. Cinco motivos para encarar o boxe É bem completo, pois combina exercícios de força com os braços e de movimentação das pernas. Melhora a atenção. Para dar equilíbrio ao lutador, trabalha abdome e glúteos. Emagrece (e muito!). É uma terapia contra o estresse. Confira: Tudo começa com a corda que, além de aquecer a musculatura, desenvolve a coordenação motora necessária para a luta. O aquecimento continua com a bola, que pode variar de 1kg a 4kg. O exercício fortalece braços e ombros. Um punho de mentira, pregado à parede, pode ser o primeiro adversário. A atividade ensina como se esquivar dos golpes. Hora de subir ao ringue (calma, não é para lutar). É ali que se treinam os golpes em movimento, batendo contra manoplas. Parece constrangedor, mas o exercício em frente ao espelho é importante para ganhar visão de campo e gingado. O ?teto-e-solo? (um ?joão-bobo? que volta ao lutador a cada soco) desenvolve sua agilidade para se esquivar e reagir. Só no sétimo ?round? é que se chega à pera, o saquinho preso ao teto que exercita velocidade e coordenação motora. Dar socos no saco de areia garante força, mas não faça isso em casa. Quem não sabe os golpes, pode se machucar.