Vera Fischer revive os tempos de Miss Brasil

Atriz dá continuidade à publicação de suas memórias com Um Leão por Dia, segundo volume da série

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Por Roberta Pennafort
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Em Vera, A Pequena Moisi, lançado em dezembro de 2007, Vera Fischer contou como foi seu primeiro beijo, aos 13 anos. Em Um Leão por Dia, relembra a perda da virgindade, dois anos depois, na Praia de Camboriú, com o namorado "baixinho, moreninho e míope". Assim como o primeiro, o segundo livro, que será lançado hoje, no Rio, não é chamado por sua autora de biografia. "É uma coletânea de pedaços da minha vida. Quem leu o primeiro vai querer ler o segundo", disse a atriz, em entrevista de meia hora em sua cobertura no Leblon, na terça-feira. Se antes falou sobre a infância em Blumenau e as relações familiares, Vera agora revive os concursos de miss que a revelaram para todo o País (o título de Miss Brasil ela ganhou há 40 anos, numa época em que não se achava bonita e morria de vergonha de desfilar de maiô). Discorre sobre peças de teatro, filmes, minisséries e novelas na TV Globo (está no ar em Caminho das Índias, como Chiara), as viagens com os filhos, os jogos com os amigos em seu sítio. Perry Salles, ex-marido, pai da primogênita, Rafaela, que faz 30 anos em 2009, companheiro de trabalho e "melhor amigo", ocupa várias páginas. Felipe Camargo, pai do caçula, Gabriel, de 16, é pouco citado. Vera preferiu deixar de lado os escândalos, como avisa o prefácio do amigo Ignácio de Loyola Brandão: "Se você procura alimentar suas fantasias, não mergulhe neste livro. Se deseja um quadro real, venha comigo." Ela conta que preferiu não se estender sobre seus romances para não expor os parceiros. E garante que não foram tantos assim. "As pessoas acham que sou símbolo sexual, mas sou muito pouco sexual. Sou de amar, sou alemã." Num capítulo, fala do susto que tomou quando as seis pornochanchadas de que participou a projetaram como deusa do sexo. "Na época, fiquei chateada. Sou uma pessoa que leio livros, faço poesia... Tenho de tudo no meu currículo: atriz, miss, mãe, pintora, cineasta (dirigiu filmes trash com os filhos e amigos), jurada do Flavio Cavalcanti (graças ao programa a jovem catarinense realizou o sonho de vir para o Rio)". Um Leão Por Dia (Editora Globo) é o segundo dos três livros que ela escreveu. O próximo é um romance cujos personagens levam nomes dos cachorros de seu sítio e deve ser lançado em 2010. Como em A Pequena Moisi, Vera incluiu belas fotos não só de sua trajetória profissional, mas também da vida familiar. Alguns álbuns (ela adora fazê-los) pontuam as viagens no tempo da narrativa. Não há grandes revelações. Vejamos: ela não suporta mais boates e grandes festas, é gastadora compulsiva há muitos anos, queria ser correspondente de guerra aos 17 anos, posou nua pela primeira vez para ter dinheiro para viajar, não se preocupa mais com o peso, quer morrer aos 100 anos, enxergou sua própria beleza só depois dos 30, não lê jornais, atingiu "a felicidade total" apenas na maturidade, curte a solidão e... é tímida.

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