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Uma seleção do melhor da Almanaque Brasil

Obra traz histórias publicadas nos últimos 10 anos da revista

Por Livia Deodato
Atualização:

No dia de ontem, mas no ano de 1940, o tenente Zé Rufino marcha mais de mil quilômetros atrás do último cangaceiro vivo. Todo o bando de Lampião havia morrido ou se entregado dois anos antes. Antes de pegar a estrada ao lado de sua mulher, Dadá, Corisco corta a cabeleira. Leva consigo apenas um revólver, 300 contos de réis e dois quilos de ouro. No dia 25 de maio, Zé Rufino finalmente o alcança, mas Corisco não se rende: "Sou homem pra morrer, não pra me entregar." É metralhado pelas costas. Ouro e dinheiro jamais foram vistos. Há dez anos, Elifas Andreato e João Rocha Rodrigues se debruçam sobre as mais intrigantes e genuínas histórias que recontam o Brasil de Norte a Sul. Desde 1999, origem de expressões populares, efemérides dos 365 dias do ano (junto aos seus respectivos santos), características marcantes dos signos do zodíaco e particularidades só vistas em terras tupiniquins ilustram a revista Almanaque Brasil, distribuída em voos da TAM e por meio de assinaturas. "Os 150 mil exemplares mensais desaparecem em menos de 15 dias. É um sucesso danado", comemora Elifas. Pois a parceria bem-sucedida entre a companhia aérea, cujo slogan é o Orgulho de Ser Brasileiro, e a Andreato Comunicação e Cultura acaba de render uma compilação que reúne os mais relevantes fatos publicados nesta década. Brasil - Almanaque de Cultura Popular, que terá lançamento fechado para convidados hoje no MAM e já se encontra disponível nas livrarias, é uma espécie de "melhores momentos" das dezenas publicadas mês a mês desde 1999. "Extraímos o que achamos mais interessante, sem deixar de contemplar as efemérides sempre presentes em almanaques, assim como as brincadeiras como, por exemplo, a seção intitulada Estação Colheita, em que apresenta o que ?se colhe? em cada mês", relata Elifas. "Se antes era retratada a visão dos sertanejos, agora é comprovação científica", diverte-se. Em tempo: até o dia 31 é época de laranja, pimentão verde, seriguela e tangerina. Logo após a apresentação de Ziraldo, tão divertida quanto todo o almanaque, é destrinchada a história dessa publicação no mundo e no Brasil - a etimologia teria vindo do árabe al-manakh, lugar onde os camelos se ajoelham para beber água em meio a uma viagem. A crônica Como se Inventaram os Almanaques, escrita por Machado de Assis em 1890, também presente na obra, profetiza: "E hão de chover almanaques. O Tempo os imprime, Esperança os edita; é toda a oficina da vida." Serviço Brasil - Almanaque de Cultura Popular. De Elifas Andreato e João Rocha Rodrigues. Ediouro. 256 pág. R$ 54,90. MAM. Parque do Ibirapuera, portão 3. Hoje, 20 h, só para convidados

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