Uma coleção nos corredores da universidade

Na Unifieo, em Osasco, alunos, professores e funcionários convivem diariamente com 1.300 obras

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Por Camila Molina
Atualização:

No Centro Universitário Fieo - Fundação Instituto de Ensino para Osasco, mais de mil obras de arte ficam espalhadas por diversos espaços da instituição. Nos corredores das salas de aula, no pátio de esculturas (com criações de José Resende, Caciporé Torres e Yutaka Toyota, por exemplo), na biblioteca, na capela com fachada concebida por Claudio Tozzi, enfim, em qualquer lugar dos oito blocos da universidade, 14 mil alunos, 400 funcionários e 500 professores se deparam, diariamente, com obras de arte, convivem, naturalmente, com quadros, esculturas e gravuras realizadas por uma gama enorme de artistas brasileiros. ''''O melhor desse acervo é o respeito dos alunos com as obras. Em quase 40 anos, nunca uma obra foi furtada, nem estragada'''', diz o pró-reitor da Unifieo, José Cassio Soares Hungria. Curiosamente, a coleção foi iniciada em 1969 - e nesse ano, em outubro, a Unifieo completa 40 anos - com uma doação do artista Armando Sendin, que cedeu um de seus quadros para a instituição. Depois dessa iniciativa, outras obras foram sendo adquiridas com o intuito de se fazer um acervo que hoje está prestes a chegar à marca de 1.300 peças. ''''Freqüento muitos leilões e, no começo, comprei muitas obras por preços baixos. Também, houve um tempo em que alunos inadimplentes fizeram a proposta de quitarem sua dívida com a universidade dando quadros para o acervo. Temos uma pequena verba de R$ 200 por mês para adquirir obras, mas posso dizer que muitas peças entraram na coleção na base da amizade, com doações de funcionários e dos próprios artistas, como Siron Franco, Cleber Machado e Rubens Gerchman'''', conta Hungria. O importante é que as obras ficam abrigadas nos espaços públicos da universidade, ''''não ficam em um cofre'''', diz o curador do acervo, José Roberto Teixeira Leite. Além disso, o Departamento de Arte da instituição, que prepara a segunda edição do catálogo da coleção, fez etiquetas com dados e uma pequena história sobre cada artista e cada peças exibidas. É verdade que o acervo se tornou extremamente eclético pela maneira como foi sendo feito. Por seu caráter aberto, encontra-se obras de grandes nomes, como Milton Dacosta, Amilcar de Castro, Tomie Ohtake, Volpi, Cícero Dias e Brecheret ao lado de criadores menos importantes na trajetória da arte brasileira. ''''As lacunas são grandes e caras. Por isso estamos atrás de projetos para preenchê-las'''', diz Teixeira Leite. Um deles é uma futura parceria com a Pinacoteca do Estado para que o museu empreste obras a serem exibidas no salão de exposições da universidade, onde também são feitas mostras com recortes do acervo. Veja outras imagens das obras na Unifieo no site www.estadao.com.br.

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