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Um herói do nosso tempo, às voltas com a (in)tolerância

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Em 1980, o Estado de Israel reconheceu que os falashas, da Etiópia, eram judeus legítimos, o que desencadeou uma corrida de etíopes em busca de melhores condições de vida no Oriente Médio, embora esta seja uma das regiões mais explosivas da Terra. O fato inspirou o diretor romeno Radu Mihaileanu a realizar Um Herói do Nosso Tempo, que passa às 19h25 no Telecine Cult. Existe alguma semelhança entre este filme e Olivier, Olivier, de Agnieszka Holland, que narra uma história no fundo completamente oposta. No filme dela, um garoto judeu faz-se passar por ariano perfeito, durante o nazismo, tendo a maior dificuldade para esconder que é circuncidado. No filme de Mihaileanu, outro garoto, negro e cristão - seu nome é Schlomo -, abandona a Etiópia e, fazendo-se passar por falasha, vai parar em Israel, integrado a uma comunidade judia na qual é duplamente estranho. Além de aquele não ser seu mundo, ele ainda se faz passar pelo que não é. O filme é muito bom, muito forte. Com simplicidade, o diretor termina falando de desigualdades e (in)tolerância no mundo atual. Mihaileanu é o diretor de O Trem da Vida, que desencadeou um debate acirrado - Roberto Benigni teria plagiado este filme para fazer A Vida É Bela, que ganhou o Oscar.

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