Um Chefão político, talvez ainda melhor que o primeiro da série

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Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

O Poderoso Chefão, parte 2 (às 15h15, Telecine Cult) é uma das raras continuações que não são inferiores ao original. Pelo contrário, entre os fãs dos Chefões, existe muita gente que entende ser o segundo superior ao primeiro. É um debate entre cinéfilos, mas seus argumentos não deixam de ter peso. Se no primeiro tínhamos a presença insubstituível de Marlon Brando, no segundo ganhamos uma situação mais complexa, matizada e politicamente mais arguta. No fim do primeiro, Michael Corleone (Al Pacino) assume o lugar do pai, Vito (Brando), que havia morrido. No segundo, o que teremos é a tentativa de consolidação de Michael no poder da "famiglia" Corleone. Ficarão claros, então, os nexos do crime organizado com setores legais da economia e da política. Tornaram-se bem conhecidos os diálogos entre Michael e a esposa Kay (Diane Keaton), com esta cobrando pela legalização das operações do marido. Michael não liga muito para o apelo porque sabe que ligações perigosas não são exceções no funcionamento social. Pelo contrário, constituem o seu tecido e mesmo a sua essência. Poucas vezes o diretor Francis Ford Coppola foi tão político quanto neste filme, que é do gênero gângster apenas em leitura superficial.

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