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Um bom pacote de jazz, rock, soul e MPB

CDs de U2, Creedence, Jackson 5, Getz, Monk, Miles e Ney reúnem clássicos

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

Na hora de dar música de presente, principalmente se for para um apreciador exigente e adulto, o mais certeiro é apostar nos estilos e artistas clássicos. Até porque o ano que se encerra não ficou marcado por muitos lançamentos daqueles que todo mundo deseja. De olho no consumidor que ainda cultiva o hábito de comprar CDs, as multinacionais tiraram alguns ases da manga neste fim de ano. São caixas, compilações e coleções de títulos originais com atrativos extras. A seguir, algumas sugestões de jazz, rock, soul e MPB. O INÍCIO DO U2 Há várias raridades nas edições duplas dos três primeiros álbuns da banda irlandesa U2. Boy (1980), October (1981) e War (1983) são da gravadora Universal e custam em média R$ 50 cada. Além do álbuns originais remasterizados e dos encartes recheados de fotos raras, o atrativo é o CD bônus que acompanha cada um deles, com takes alternativos, lados B e registros ao vivo e/ou nunca lançados. Boy tem faixas inéditas como Speed of Life e Saturday Night e um mix diferente de I Will Follow e faixas ao vivo. A banda ainda era meio crua, mas já mostrava todo o potencial em canções como 11 O?Clock Tick Tock e The Electric Co. O álbum seguinte, October, não foi muito bem-sucedido, mas tem algumas boas canções como a faixa-título, Fire e Gloria, esta com uma gravação ainda melhor, ao vivo, no CD bônus. Já War representa a primeira grande virada na carreira da banda, emplacando hits como Sunday Bloody Sunday e New Years? Day. O CD bônus tem versões alternativas desta última e de Two Hearts Beat as One, além da inédita Angels Too Tied to the Ground. 40 ANOS DE CREEDENCE Outro quarteto de peso, que fez história no rock antes do U2, é o americano Creedence Clearwater Revival. Aproveitando os 40 anos de criação da banda, a gravadora Universal relançou seis de seus álbuns de sua formação original com áudio remasterizado, faixas bônus e novo material gráfico, mas mantendo as artes originais das capas. Na virada dos anos 1960 para os 70, o Creedence era uma fábrica de hits avassaladores. O mais espantoso é que cinco destes seis títulos foram lançados apenas em dois anos - 1969 (Bayou Country, Green River e Willie & The Poor Boys) e 1970 (Cosmo?s Factory e Pendulum). O primeiro, que levava apenas o nome da banda, saiu em 1968, emplacando duas clássicas releituras de Susie Q e I Put a Spell on You. Combinando elementos do country, do rock, do blues e da soul music, o quarteto chegou ao auge com Cosmo?s Factory. O penúltimo álbum da formação original (com Tom Fogerty), tem clássicos como Looking Out my Back Door, Travelin? Band, Who?ll Stop the Rain e I Heard it Through the Gravepine. Os CDs da coleção são vendidos separadamente e custam R$ 44,90 cada. MICHAEL/JACKSON 5 No mesmo período do Creedence, a soul music revelava aquele que se autoproclamaria o rei do pop. Ainda criança, Michael Jackson dava os primeiros passos, soltando a poderosa voz ao lado dos irmãos no Jackson 5. A sensacional compilação tripla The Motown Years (Universal, R$ 50 em média) reúne seus antigos clássicos como ABC e Never Can Say Goodbye (no CD 1), revelando já seu poder de influência, até em faixas menos populares como Forever Came Today, The Life of the Party e Doctor my Eyes. O CD 2 abre com a pedrada I Want You Back e traz na esteira outras maravilhas, como Sugar Daddy, Little Bitty Pretty One e Going Back to Indiana, além de mais pérolas obscuras. O lado mais romântico de Michael, destacando-se mais em solos, é ressaltado no terceiro CD, em faixas como as pegajosas Ben, One Day in Your Life, Music and Me e Got to Be There, que tocaram à exaustão na época do lançamento. Há ainda releituras de You?ve Got a Friend (James Taylor), My Girl (Smokey Robinson) e Ain?t no Sunshine (Bill Whiters). PACOTÃO DE JAZZ Para os apreciadores (ou iniciantes) do jazz em suas diversas fases e variantes, há muito o que explorar no pacotão de bons títulos de discoteca básica da série Jazz Collection, que contempla os grandes criadores do gênero, dentro do catálogo da Sony/BMG. Os destaques são os nove boxes, cada um com cinco CDs, dedicados a Miles Davis, Thelonious Monk, Duke Ellington, Sonny Rollins, George Benson, John McLaughlin, Stanley Clarke e os grupos Weather Report e Mahavishnu Orchestra. Alguns destes artistas também têm outros títulos relançados entre os 61 avulsos da coleção. Além de gigantes americanos como Billie Holiday, Herbie Hancock, Count Basie e Bill Evans, há os brasileiros Eumir Deodato (Prelude), Milton Nascimento (com Wayne Shorter em Native Dancer) e João Gilberto e Miúcha (convidados de Stan Getz em The Best of Two Worlds). Os boxes custam em média R$ 70 e os CDs avulsos, R$ 25, cada. O CAMALEÃO NEY Alguns dos álbuns mais importantes de Ney Matogrosso, como Água, Céu,Pássaro (1975), Bandido (1976) e Pecado (1977) nunca tinham saído em CD. Agora eles estão reunidos, ao lado de outros 14 títulos na luxuosa caixa Camaleão (edição conjunta das gravadoras Universal, Warner e Sony/BMG), que custa em média R$ 345. Além de jogar luz numa das fases mais produtivas e ousadas do cantor (a dos anos 1970), a caixa também reprocessa o período de maior popularidade (os famigerados anos 80), não tão bom. Há ainda três álbuns ao vivo e a compilação Pérolas Raras, reunindo gravações avulsas e pouco conhecidas. O projeto é do pesquisador Rodrigo Faour, que entrevistou o cantor para escrever os encartes, cheios de curiosidades sobre as músicas. Um presentaço para os fãs.

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