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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Logo no começo de Minhas Adoráveis ex-Namoradas, a comédia romântica de Mark Waters que estreia hoje, como aperitivo para o dia de amanhã, o fotógrafo interpretado por Matthew McConaughey chega à casa da família, onde vai se realizar o casamento do irmão. Ele olha enigmaticamente para um balanço e o espectador não entende o significado da cena, que parece solta, mas, na verdade, toda a vida do personagem gira em torno daquele balanço. Ali ele se perdeu por amor, ali se reencontra. Minhas Adoráveis Ex-Namoradas é sob medida para explorar a imagem de McConaughey, que até já levou o título de mais sexy do mundo, pela revista People. Ele faz esse homem que ganha um mundaréu de dinheiro e trata todas as mulheres como objetos - todas menos Jennifer Garner. A originalidade do filme, se é que se pode falar em originalidade, consiste em superpor à história do fotógrafo a de Scrooge. Hein? Lembram-se do Conto de Natal, de Charles Dickens, tantas vezes adaptado por Hollywood? Uma nova versão está a caminho, dirigida por Robert Zemeckis, mas agora não é a avareza nem a cobiça que estão em discussão. O avarento é um homem que não sabe, ou teme, distribuir seus sentimentos e por isso ele se arrisca a terminar sozinho, não exatamente numa noite de Natal, mas em outro cenário nevado, o do casamento de seu irmão mais novo. Durante toda a vida, Matthew McConaughey imitou seu tio mulherengo (Michael Douglas). O tio aparece fugazmente e o condena a ser atormentado por três fantasmas, como em Dickens, para aprender a não temer o amor. O valor dos sentimentos, da família, tudo é território percorrido, conhecido, em Minhas Adoráveis Ex-Namoradas. A novidade vem dessa apropriação de Charles Dickens. O livro é um clássico da literatura inglesa. Colin Firth, que coestrela a nova versão, diz que é impossível ser um adolescente, numa escola inglesa, sem ter lido o Conto de Natal. O amor no lugar do dinheiro. Dickens reinventado. Interessante, no mínimo.

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