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Trilha sonora

Escolha a sua trilha no maior evento cultural de São Paulo. Serão 800 eventos em 24 horas de Virada - a maioria, shows de música

Por Mariana Mandelli e Felipe Seffrin
Atualização:

A Virada Cultural virou um grande festival de música. Das 800 atrações previstas para acontecer entre as 18h de sábado (2) e as 18h de domingo, cerca de 300 são shows. Mais de 12 por hora. Artistas consagrados e iniciantes se revezam em palcos espalhados pela cidade - e nos diversos gêneros da música, brasileira e internacional. "O público sai de casa para ouvir música", diz Zé Mauro Gnaspini, organizador e curador do evento. O palco da Avenida São João, por exemplo, vai reunir artistas do calibre de Jon Lord, ex-tecladista do Deep Purple, e Maria Rita, que encerra o evento. A esperada reunião dos Novos Baianos, anunciada para o mesmo palco, sofreu um desfalque: Moraes Moreira não vem. Na Estação da Luz, ninguém vai precisar gritar "toca Raul!". Está programada uma grande homenagem ao roqueiro baiano, no ano em que se completam 20 anos de sua morte. Artistas como Marcelo Nova e Nasi tocam a discografia completa do maluco beleza. "Escolhi ?Kirg-ha, Bandolo!?, que considero um dos melhores discos do Raul", adianta o ex-vocalista do Ira!. Mais rock também na Praça da República, onde as bandas Velhas Virgens e Camisa de Vênus dividem o palco com Ike Willis, ex-vocalista do Frank Zappa. No Teatro Municipal, haverá uma maratona de discos completos, executados da primeira à última faixa, como já é tradição. "É um contentamento redescobrir a minha carreira", diz Tom Zé, que interpreta ?Grande Liquidação? (1968), seu primeiro álbum solo. O maestro Francis Hime, parceiro de Vinicius de Moraes e Chico Buarque em clássicos da música brasileira, também participa com sua obra homônima de estreia, de 1973. "Para tocar o disco ao vivo novamente, tive de vasculhar o baú e encontrar os arranjos manuscritos da época", afirma o compositor. Para dançar, o lugar é a Avenida Rio Branco, no Centro, onde Clube do Balanço e grupos de samba-rock vão embalar uma espécie de baile ao ar livre. No Largo do Arouche, uma seleção para você cantar junto (se tiver coragem): Reginaldo Rossi, Odair José, Wanderley Andrade e Wando, entre outros. Os apreciadores da música clássica também serão contemplados. Haverá apresentações com instrumentistas, orquestras e corais. Alguns concertos acontecem ao ar livre, como os do projeto ?Piano na Praça?. Mas também tem música para baladeiros. São mais de 50 DJs de hip hop, black music, trance, tecno e house espalhados pela cidade, em uma imensa rave urbana. Mas a madrugada cultural não será só de música. Exposições, filmes, peças, coreografias e performances nacionais e internacionais completam a programação, como a mostra de companhias francesas de teatro de rua (leia na pág. 8). Apesar da crise, que fez com que o orçamento da festa caísse de R$ 6 bilhões para R$ 4,5 bilhões, o número de atrações não diminuiu em relação a 2008. Escolha a sua trilha e saia pela cidade. Como a maioria das atrações é grátis, a crise não é desculpa para ficar em casa.

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