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Todo DJ Já Sambou ganha 2.ª edição

Pesquisa de Claudia Assef, que aborda a cena eletrônica no Brasil, é reeditada pela Conrad após dois anos esgotada

Por Livia Deodato
Atualização:

Claudia Assef garante que não esperava tamanho sucesso quando lançou, em 2003, o livro Todo DJ Já Sambou. Muito longe de querer agregar status ao seu nome com essa afirmação, a jornalista e também disc-jóquei destaca a escassez de referências bibliográficas em relação ao cenário da música eletrônica (ou ?mecânica?, como se dizia em tempos de outrora), principalmente quando diz respeito ao Brasil. "O livro atingiu uma fatia de público que eu não esperava, como por exemplo, publicitários e empresários que procuravam entender o perfil de seus clientes e desejavam atendê-los da melhor forma", diz a autora, hoje com 34 anos. No fim de 2006, os 5 mil exemplares da primeira edição do livro desapareceram das prateleiras, até mesmo das virtuais. Até mesmo a própria autora teve de suar a camisa para conseguir encontrar ao menos um resquício de sua obra nos dois últimos anos, quando se deu conta de que havia presenteado muitos amigos e acabara ficando sem nenhuma. Há pouco tempo, achou um exemplar à venda no site Mercado Livre, num estado nem tão apresentável assim e pelo mesmo preço oferecido à época do lançamento - para garantir, comprou-o. Mas não tardou a boa notícia aos interessados em saber mais sobre como se desenrolou a história dos "discotecários" no Brasil: a 2ª edição começou a ser negociada entre a autora e a Editora Conrad, que acaba de chegar às lojas, com notícias fresquinhas do front eletrônico. "Muita coisa acabou se consolidando nestes cinco anos. Antes, por exemplo, havia muito ?chororô? dos DJs pelo fato de o Brasil estar isolado dos grandes centros onde a música eletrônica pulsava e, por isso, a dificuldade em se comprar vinis de ponta. Hoje há tecnologia a favor, como as flash-labels e o sistema peer-to-peer, além da facilidade de se comprar vinis em sebos, pela internet ou em lojas importadoras", diz Claudia. A 2ª edição de Todo DJ Já Sambou, cuja tiragem é de 3 mil cópias, também ganhou novos personagens, que aparecem algumas páginas à frente da história do primeiro disc-jóquei brasileiro, Seu Osvaldo Pereira, hoje com 68 anos (criador de um sistema de som vanguardista na década de 50, de cerca de 100 watts de potência, que botava todo mundo pra requebrar com sua Orquestra Invisível Let?s Dance). Renato Ratier é um deles. "Ele não era ninguém no mundo da música àquela época e hoje se tornou um dos DJs mais requisitados e respeitados no Brasil e no mundo", afirma. O norte do País, que Claudia julgava ter uma cena inexistente no gênero, também aparece na nova edição com um expressivo representante, o DJ Cézar Dantas, de Belém, que já chegou a reunir 5 mil pessoas num único baile.

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