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Toda revolução de Luiz Carlos Prestes

Livro de Moacir Assunção, repórter do Estado, traz alentado perfil do líder da Intentona Comunista e figura-chave da história do País

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Por Redação
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O jornalista Moacir Assunção, do Estado, 18 anos de profissão, professor de jornalismo e repórter de Política do Estado, lança hoje, às 15 h, na Livraria da Vila, o livro Luiz Carlos Prestes - Um Revolucionário Brasileiro (Lazuli Editora, 160 págs., R$ 16). Autor de Os Homens Que Mataram o Facínora (2007), sobre o universo do cangaço e das volantes (equipes de policiais que perseguiam os cangaceiros no sertão nordestino), Assunção se dispôs nesse novo trabalho a fazer um alentado perfil de Luiz Carlos Prestes (1898-1990), um dos líderes da malograda rebelião socialista de 1935, a Intentona Comunista. Pequeno e magro, pouco mais de 1,50 m de altura, Prestes era a antítese do herói revolucionário clássico, mas a sua Coluna Prestes - movimento armado composto por 1,5 mil soldados e civis que percorreu quase todo o Brasil nos anos 20 - acabou servindo de paradigma para diversas outras marchas comunistas ao redor do mundo. Fidel Castro, Vo Nguyen Chiap e Mao Tsé-tung revelaram que se inspiraram em seu esforço, assim como o general francês Frédric Coffec. Apelidado por um ilustre colega de parlamento, o escritor Jorge Amado, também comunista, de ''O Cavaleiro da Esperança'', Prestes é uma figura-chave das mudanças políticas e sociais que se processaram no Brasil no século passado. Combateu duas ditaduras, o Estado Novo de Vargas e o regime militar pós-1964. Isso não se deu sem perdas - sua mulher, a alemã Olga Benário Prestes, foi presa pela polícia política de Vargas e deportada para morrer num campo de concentração nazista na Alemanha. Combatido vigorosamente pelos adversários, Prestes teve inimigos ferrenhos, entre eles o chefe de polícia do Distrito Federal, Filinto Müller - que Assunção revela ter sido expulso da Coluna Prestes por desviar 100 contos de réis dos guerrilheiros. Mais adiante, ele ofereceria o mesmo valor para quem matasse ou prendesse Prestes, que tinha sido seu chefe. Assunção busca estabelecer relações no emaranhado de informações sobre a lenda Prestes, que continua a fascinar ainda hoje. Revela fatos de bastidores, como a tentativa do diplomático Osvaldo Aranha de conseguir aproximar Prestes de Getúlio Vargas; a enfática negativa de Prestes da influência do Partido Comunista soviético, o Komintern, no seu movimento; a vida sob vigilância; e a vida no exílio nos anos 1970, quando Prestes se revelou um bom pai e um bom cozinheiro, além de leitor inveterado. Prestes se recusou a fazer uma autobiografia. Dizia que não era pessoalmente importante, mas sim os movimentos dos quais participou. A leitura de sua biografia, por Moacir Assunção, revela outra coisa: o personagem era igualmente fascinante.

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