Toda decadência da Alemanha no cabaré de O Anjo Azul

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Por Luiz Carlos Merten
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Em 1930, no alvorecer do cinema falado, Josef Von Sternberg fez o primeiro de seus filmes que esculpiram o mito de Marlene Dietrich e a transformaram num dos maiores ícones na tela. Aproveitando que o cinema recém começara a falar, Von Sternberg valeu-se da voz rouca de Marlene e fez dela a sedutora Lola-Lola, cantora de cabaré que diz - mais do que canta - ?ser sedutora da cabeça aos pés? e vira um objeto de desejo que destrói o respeitável professor interpretado por Emil Jannings. O Anjo Azul integra-se no movimento chamado de expressionismo e, como tal, põe na tela o clima de decadência moral e financeira da Alemanha que alicerçou o fenômeno Hitler (e o nazismo) nos anos seguintes. Passa às 15h55 no Telecine Cult. No mesmo ano, contratados por Hollywood, Sternberg e Marlene fizeram Marrocos e nos anos seguintes surgiram Desonrada, Expresso de Shangai, Vênus Loira, A Imperatriz Galante e Mulher Satânica. Visual barroco e erotismo carregado fizeram de Marlene um objeto de desejo eternizado pelo mistério do cinema.

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