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The Hives, o escaldante rock nórdico

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

O rock''n''roll já está com visto no passaporte para o Brasil. Misturando um deslavado pop de baile com um punk de garagem (ou, como eles já disseram, farejando uma mistura de Chuck Berry com Gang of Four), o grupo sueco The Hives varreu a virada do século com discos básicos bacanérrimos, como Barely Legal (1997), Veni Vidi Vicious (2000) e Tyranossaurus Hives (2004). Agora, eles estão chegando ao País com o repertório do disco mais recente, e igualmente rocker, The Black and White Album (2007). The Hives é a principal atração do festival Orloff Five. Entre os dias 1º e 6 de setembro, a nova mostra vai ocupar cinco casas noturnas da cidade e, no último dia, um sábado, haverá um grande show no Via Funchal, com, além dos Hives, Plasticines (França), Melvins e DJ Tittsworth (Estados Unidos) e Vanguart (Brasil). Para falar da primeira vinda do Hives ao País, foi destacado o guitarrista Nicolaus Arson, que conversou com o Estado por telefone, na semana passada. Quem estava acostumado com as estrelas da Invasão Sueca, nomes como Suburban Kids with Biblical Names, Hello Saferide, Love Is All, Peter, Bjorn & John, Jose González e outros, preste atenção: The Hives nada tem a ver com o balanço fofo dessa tropa. ''Nós nunca pertencemos a uma cena sueca, nem no passado nem agora. Há tantas bandas diferentes, algumas bem interessantes, como Vega. Acho que nossa ambição, quando começamos, lá em 1993, 1994, era apenas fazer um disco. Era duro conseguir gravar, especialmente uma banda punk. Mas nós éramos muito confiantes, tínhamos a dimensão exata do que éramos e sabíamos que poderíamos fazer melhor'', conta Arson. Além dele, o quinteto tem à frente o vocalista Pelle Almqvist, conhecido como Howlin'', mais Nicolaus na guitarra, Chris Dangerous na bateria, Vigilante Calstroem também nas guitarras e Dr. Matt Destruction no baixo. Vestem-se sempre estilosamente, como atesta aí a foto. ''O visual é sempre assim. Primeiro, porque isso nos torna distintos de um cara comum nas ruas. Mas a idéia não é buscar algo glamouroso. É simplificar, ao mesmo tempo. Quem agüenta mais desfile de moda de falso punk com roupa falsamente rasgada no palco?'' O álbum mais recente saiu na primeira metade do ano passado, e eles estão há três meses em turnê. Então, Arson não crê que um novo álbum saia antes do ano que vem. O título do disco atual, The Black and White Album, seria uma referência mais ao Black Album do Metallica ou ao White Album dos Beatles? ''Metallica, certamente.'' O álbum tem diversos produtores , como Pharrel Williams, Jacknife Lee e Dennis Hering. ''Tem uns cinco. Acha muito? É pouco. Nós queríamos um produtor para cada música, para criar um som totalmente novo. Novo, mas com nossa marca. Você ouve Ramones, eles tiveram vários produtores diferentes e, no entanto, você escuta e sabe que aquilo ali é Ramones'', afirmou. ''As pessoas estão descobrindo muito mais música na internet, hoje em dia. Em sites como o MySpace você ouve música de todos os lugares. Por outro lado, o som que se ouve ali não é real o suficiente. Sempre é bom ir ao passado em busca das fontes.''

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