Uma famosa pintura de Vincent Van Gogh pode permanecer em exibição nos Estados Unidos, após a Suprema Corte rejeitar nesta segunda-feira, 28, o recurso de um descendente de um colecionador russo que exigiu sua devolução porque a tela teria sido apreendida pelos bolcheviques.
O francês Pierre Konowaloff deve, portanto, abandonar suas esperanças de recuperar Café à Noite na Place Lamartine, pintado pelo artista holandês em setembro de 1888 em Arles.
O valor da tela é estimado em US$ 200 milhões. Encontra-se na galeria de arte da Universidade Americana de Yale.
O trabalho era propriedade do russo Ivan Morozov, um amante da arte de gosto refinado que trouxe uma das melhores coleções de pintura do século 19 e início do século 20 em suas frequentes viagens a Paris.
Mas Morozov foi destituído de sua propriedade durante a revolução bolchevique e sua coleção tornou-se propriedade do que se tornaria a URSS.
O Van Gogh foi vendido em 1933 pelas autoridades soviéticas a uma galeria em Berlim e em seguida, passou ficar em uma outra galeria em Nova York. Por fim, tornou-se parte da coleção do magnata e patrono americano Stephen Clark, neto de um dos fundadores do império industrial de máquinas de costura Singer.
A Universidade de Yale, em Connecticut (nordeste), tornou-se a última proprietária da obra, em 1961, após a morte de Clark, ex-aluno da instituição.
Konowaloff, bisneto de Morozov, começou no início de 2000 uma batalha judicial para recuperar a tela, da qual é considerado o herdeiro legítimo.
O Café à Noite na Place Lamartine, um óleo sobre tela, representa em estilo impressionista o ambiente de um café no meio da noite, com uma mesa de bilhar, um balconista com o olhar perdido e poucos clientes que parecem se arrastar em sua solidão.