Tela de Renoir roubada por nazistas é recuperada

Uma francesa recuperou na quarta-feira, 12, um quadro do pintor impressionista que os nazistas roubaram de seus avôs durante a ocupação de Paris, em 1941

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Por Redação
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NOVA YORK - Uma francesa recuperou na quarta-feira, 12, um quadro pintado por Pierre-Auguste Renoir que os nazistas roubaram de seus avôs durante a ocupação de Paris, em 1941, e que desde aquela época viajou pelo mundo até aparecer em um leilão em Nova York em 2013, quando as autoridades entraram em ação.

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Sylvie Sulitzer foi convidada de honra no Museu Judaico de Nova York, onde a Promotoria do Distrito Sul de Nova York e o FBI apresentaram Deux femmes dans le jardin (1919), que pertenceu à coleção privada de Alfred e Marine Weinberger, seus avós.

Essa é uma das últimas obras finalizadas pelo pintor impressionista, que em seu último ano de vida sofria de uma grave artrite e às vezes tinha que amarrar o pincel à mão devido à dor, segundo explicou o promotor Geoffrey S. Berman.

O quadro 'Femmes Dans Un Jardin', de Renoir, roubado pelos nazistas, e sua proprietária, Sylvie Sulitzer, durante cerimônia noMuseu Judaico de Nova York. Foto:Timothy A. Clary/AFP Foto:

Sulitzer, a única herdeira dos Weinberger, explicou que seu avô era um colecionador que precisou fugir da Gestapo (polícia secreta da Alemanha nazista) com a família no início da ocupação nazista em Paris.

Na fuga aos Alpes franceses, os Weinberger deixaram a coleção guardada no cofre de um banco, mas os nazistas a expropriaram em 1941. Um ano depois a Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg (ERR), a unidade militar do regime nazista que se apropriava dos bens culturais, a transferiu para um museu.

De acordo com Sulitzer, essa unidade - cujo detalhado arquivo das obras roubadas permitiu que parentes dos sobreviventes as rastreassem - queria que seu avô trabalhasse como especialista na identificação dos objetos, mas ele se negou.

O promotor Berman, que colaborou com o FBI na investigação da obra desde que foi colocada a leilão na casa Christie's em Nova York, em 2013, relatou que, após a guerra, o Renoir passou de mão em mão durante anos, viajando de Paris a Johanesburgo, Londres e Zurique.

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Sulitzer, que também procura outros quatro quadros de Renoir e um de Eugène Delacroix pertencentes à sua família, reivindicou a obra quando foi leiloada. As autoridades então averiguaram a origem da pintura e, ao ser confirmado que fora roubada, o novo proprietário aceitou cedê-la voluntariamente.

Sem concretizar o preço estimado, a legítima dona do Renoir disse que, para ela, o valor é "incalculável", embora ao ter "dar indenizações aos governos francês e alemão", provavelmente terá que leiloar a obra.

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