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Talking Heads é captado no auge em concerto antológico

Stop Making Sense, de 1983, é um importante registro de Jonathan Demme de uma das melhores bandas do período

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

O relançamento de Stop Making Sense (Coqueiro Verde) só confirma o que já se sabia. É um documento antológico de uma banda genial no auge. Mais do que um mero registro do grupo ao vivo, o filme de Jonathan Demme dá show na iluminação e na captação de detalhes e na dinâmica da performance. A concepção visual de Demme (de O Silêncio dos Inocentes) faz toda diferença na qualidade das imagens. O palco está nu com todas as entranhas à mostra. A sequência inicial é muito boa, com foco nos pés de David Byrne, o "cabeça" da banda, caminhando pelo palco, de terno e tênis brancos, até o microfone. Silenciosamente, aciona o botão de um rádio gravador soltando a base rítmica pré-gravada de Psycho Killer, que canta sozinho ao violão. É sensacional. Um a um, Tina Weymouth, Chris Frantz e Jerry Harrison vão entrando a cada canção e o show ganha corpo. Quando a banda de apoio se junta a eles, o pano preto de fundo desce e o clima muda para a sequência arrasadora com Slippery People, Burning Down the House e Life During Wartime. Mais adiante, Byrne sai de cena para dar lugar ao Tom Tom Club, projeto alternativo dos outros três, que tocam a irresistível Genius of Love. Quando volta, Byrne está com o famoso terno gigante, que produz efeito muito engraçado e deu o que falar na época. É, inclusive, assunto de um dos extras do DVD. Gravado em três noites em Hollywood, em dezembro de 1983, o filme foi lançado nos cinemas no ano seguinte. Até hoje não perdeu o vigor. É um clássico filme de rock, como Gimme Shelter, dos Rolling Stones.

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