Sites e plataformas permitem visitar exposições sem sair de casa

Visitas virtuais oferecem acervos de grandes museus e resgate de instituições fechadas

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Por Pedro Rocha
Atualização:

Até o dia 20 de janeiro, algumas peças do acervo do Museu Paulista, também conhecido como Museu do Ipiranga, mantido pela Universidade de São Paulo, estão em exibição no Palácio dos Bandeirantes, na capital, como parte da exposição Arte e História nas Coleções Públicas Paulistas. Entre as obras que fazem parte da mostra, o quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo

Crianças em frente aoquadro 'Independência ou Morte' no interior do Museu Paulista (Museu do Ipiranga), quando ainda estava aberto ao público, em 2007. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A sede do Museu Paulista, o edifício-monumento histórico que fica no bairro do Ipiranga, em São Paulo, está fechado desde 2013, aguardando obras de restauro, que ainda não começaram. A expectativa é que o projeto seja finalizado e as obras comecem ainda este ano, com previsão de serem concluídas a tempo do bicentenário da Independência, em 2022. Com o fim da exposição no Palácio dos Bandeirantes e com o museu fechado, o acesso ao acervo do museu ficará mais restrito. Mas há, no entanto, uma maneira mais fácil de ver o acervo do Museu Paulista, e sem sair de casa.

Fachada do Museu do Ipiranga (Museu Paulista), em foto de 2013. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Por meio de um projeto da Universidade de São Paulo, todo o acervo do Museu Paulista foi disponibilizado no WikiGLAM, plataforma da Wikipédia que abriga conteúdos de galerias, bibliotecas, arquivos e museus, de onde vem a sigla em inglês. Na seção do museu na plataforma, podem ser vistas pinturas, esculturas, fotografias, mapas e objetos que pertencem à coleção da instituição. Todas as obras vêm acompanhadas com informações sobre seus autores e ano de produção. Há ainda uma série de listas de todas as peças e das coleções que integram o acervo do museu. 

Fachada do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, em foto de 2015. Foto: Marcos de Paula/Estadão

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Desde o grande incêndio em setembro do ano passado, que destruiu boa parte de seu acervo e do prédio na Quinta da Boa Vista, o Museu Nacional do Rio de Janeiro também conta com uma página na plataforma, mas com uma proposta diferente. Se a do Museu Paulista é alimentada pela própria USP, a seção da instituição fluminense é feita coletivamente, com a colaboração de pessoas comuns, que visitaram o Museu Nacional e possuem arquivos e fotografias das salas, obras e objetos. Até agora, o número de imagens disponíveis já se aproxima de quatro mil. São fotos desde a estrutura física e até mesmo de exposições temporárias que passaram por lá nos últimos anos. 

Existem, ainda, no WikiGLAM, páginas dedicadas a outros museus brasileiros, como o Museu da Imigração, em São Paulo, e o Museu Histórico Nacional, no Rio, além do Arquivo Nacional. Mas a plataforma WikiGLAM não é a única online que oferece acesso a acervos museográficos. Serviços como o Google Arts & Culture e uma série de vídeos em redes sociais oferecem tours, por exemplo, por acervos de grandes museus do Brasil e do mundo. 

Grandes museus mundiais

Por meio das plataformas Maps e Arts & Culture, o Google viabiliza passeios livres por acervos de alguns dos maiores museus mundiais. É possível, de maneira simples, passear por dentro das salas de instituições como o Rijksmuseum, em Amsterdã, que abriga obras-primas da História da Arte como A Ronda Noturna (1642), de Rembrandt, e A Leiteira (1657-58), de Johannes Vermeer. Só no museu, considerado o “Louvre da Holanda”, existem oito opções de mapas internos para serem explorados. Já a Galleria Nazionale, de Roma, traz peças como As Três Idades da Mulher (1905), de Gustav Klimt, e Piazza d'Italia con Statua (1937), de Giorgio de Chirico

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Outro museu que pode ser visitado por meio de um mapa de realidade virtual é a Gemäldegalerie, em Berlim, que reúne as pinturas Venus (circa 1490), de Sandro Botticelli, e Amor Vincit Omnia (1601), de Caravaggio. Maisdestaques internacionais da plataforma são o Musée de l’Orangerie, em Paris, e o Museu Naciona d’Art de Catalunya, em Barcelona. 

No Brasil, o serviço oferece uma visita pelo Acervo em Transformação, o piso que abriga as principais obras do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp. Por lá, é possível ver quadros como Ressurreição de Cristo (1499), de Rafael, Rosa e azul - As meninas Cahen d'Anvers (1881), de Pierre-Auguste Renoir, Passeio ao Crepúsculo (1889-90), de Van Gogh, e Retirantes (1944), de Candido Portinari. No Brasil, outros museus como a Pinacoteca do Estado e o Museu de Arte Moderna de São Paulo são alguns exemplos de instituições que também oferecem visitas virtuais. 

Museus individuais 

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Ainda nas plataformas do Google, é possível visitar o grande museu dedicado a Van Gogh, também localizado em Amsterdã, na Holanda. É uma oportunidade de ver peças que não são encontradas nem nas redes sociais - já que o Museu Van Gogh proíbe fotos de visitantes em suas instalações e de obras presentes na coleção, como Amendoeira em Flor (1890) e Quarto em Arles (1988). 

A Casa Azul, residência de Diego Rivera e Frida Kahlo, na Cidade do México, hoje abriga um museu em homenagem à pintora, o Museo Frida Kahlo. Também nos serviços do Google, é possível visitar a casa, que, além de obras de arte pintadas por Frida, conserva também roupas e objetos pessoais. 

'Capela da Nona',feita por Cândido Portinari de presente para sua avó, fica ao lado da casa ondemorou, na cidade de Brodowski, e que hoje abriga o Museu Casa de Portinari. Foto: Marcio Fernandes/AE

Alguns museus, porém, disponibilizam seus próprios serviços de visita virtual, como o Museu Casa de Portinari, que fica em Brodowski, no interior de São Paulo. Não é preciso viajar até a cidade, a cerca de 330 quilômetros da capital. Todas as salas do museu podem ser acessadas por meio de seu site