Organizada em torno de 35 galerias brasileiras e estrangeiras, a Semana de Arte, que será realizada entre os dias 14 e 20 de agosto, em São Paulo, vai incorporar, além de uma feira de artes visuais, peças de teatro, música e dança, segundo seus organizadores, os galeristas Luisa Strina e Thiago Gomide, o curador Ricardo Sardenberg e o produtor cultural Emílio Kalil. A Semana foi programada como um evento de arte multidisciplinar, e não apenas como uma feira comercial, esclarece o curador Sardenberg, que selecionou galerias para exibir projetos especiais no hotel Unique.
“Será uma feira pequena, em que as galerias vão ocupar estandes de 25 e 33 m²”, explicou Sardenberg na entrevista coletiva realizada no hotel. Ele programou para o evento um ciclo de debates sobre os efeitos da globalização da arte, que, segundo ele, tem seu marco zero na mostra Magiciens de la Terre, no Pompidou, em 1989, e na terceira Bienal de Havana, que tornou visível a arte produzida fora do eixo Europa-EUA.
Para a marchande Luisa Strina, que instalou sua galeria há 44 anos em São Paulo, a Semana também vai servir para atrair colecionadores estrangeiros e promover a arte latino-americana. Uma das principais galerias de Nova York, a Luhring Augustine, que fez exposições de Tunga nos EUA, faz parte do time convidado. A ideia, segundo o curador, é atrair outras galerias internacionais a cada ano, promovendo o intercâmbio e renovando o repertório dos colecionadores. “O foco é mesmo a América Latina”, afirma Luisa Strina.
“Como galerista jovem, digo que é importante ter um evento desses para resgatar uma forma de se colecionar que foi abandonada”, diz o galerista Thiago Gomide, justificando a escolha de galerias (tanto do mercado primário como secundário) capazes de dialogar entre si e oferecer uma experiência singular aos visitantes.
Além das exposições nas galerias, a Semana vai ter um show de Maria Bethânia e a remontagem da peça Trate-me Leão, que consagrou o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone há 40 anos. Emilio Kalil também revelou que a programação de videodança, organizada pela crítica Helena Katz, vai privilegiar a relação entre coreógrafos e artistas plásticos, adiantando que a Semana vai promover quatro passeios por marcos arquitetônicos de São Paulo. O evento está orçado em R$ 3 milhões, dois terços captados pela Lei Rouanet.