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Sai lista de todos os artistas da Bienal

Programada para ocorrer entre 26 de outubro e 6 de dezembro, esta edição terá 40 participantes, entre grupos e individuais

Por Camila Molina
Atualização:

''Criar uma imagem sobre uma Bienal do Vazio traumatiza'', disse, na quinta-feira, o sociólogo e colecionador Miguel Chaia, em palestra no auditório do MAC-Ibirapuera, como parte do ciclo Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro - Memória e Projeção, coordenado por Luisa Duarte e já iniciado em junho, dentro da programação da 28ª edição do evento de arte mais importante do Brasil. A 28ª Bienal de São Paulo - Em Vivo Contato, com curadoria-geral de Ivo Mesquita e curadoria-adjunta de Ana Paula Cohen (o sul-africano Thomas Mulcaire não faz mais parte do projeto desde abril), propõe-se a ser a Bienal de reflexões e, ainda, uma edição não-convencional e dinâmica, com projetos e obras que vão sempre se transformando ao longo deste ano e com atividades diferentes a cada dia. Sendo assim, a curadoria acaba de lançar a lista fechada dos 40 artistas participantes desta edição (leia ao lado), os projetos especiais e parte de sua programação - somente os cinco ciclos de debates e o projeto educativo ainda não foram fechados. Mas, enfim, a pergunta sobre o que esperar da ''Bienal do Vazio'', como ficou caracterizada esta edição pelo fato de que o segundo piso do pavilhão no Ibirapuera ficará desprovido de obras e de programação entre 26 de outubro e 6 de dezembro, o período oficial da mostra (e também por ter sido anunciada depois de um polêmico processo de denúncias contra a instituição, no ano passado, que teve suas contas fiscalizadas pelo Ministério Público), vai se fazer sempre presente. Ela está orçada entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões. A lista traz 15 nomes de artistas brasileiros (ou que vivem aqui) e grupos com integrantes nacionais - entre os estrangeiros, há bandas, coletivos, seis criadores em programa de residência. ''Diferentemente da Bienal de Veneza e da Documenta de Kassel, o público da mostra brasileira é do Brasil mesmo, a maioria, de São Paulo. São as pessoas da cidade que acabam indo mais e, por isso pensamos em dar oportunidade para bastantes criadores nacionais participarem'', diz Ana Paula Cohen. Nesse sentido, a chamada ''Praça'', parte desta edição do evento que ocorrerá no piso térreo do prédio - e que até o momento não se sabe, por uma questão de custo ou de segurança, se o local poderá ter as paredes de vidros retiradas como pediu Ivo Mesquita, para que o pavilhão fique totalmente aberto para o Ibirapuera -, vai ser o local ''do tempo social e presente''. Esse espaço, por exemplo, será ativado pelo projeto cidadãos dançantes do coreógrafo Ivaldo Bertazzo. ''Não é espetáculo de dança, é uma maneira de o público não ser um espectador passivo'', diz Ana Paula. Passada a ''Praça'', onde ocorrerão outras atividades que ''escapam da disciplina artes visuais'' e vão sendo mais híbridas no espaço aberto, o visitante subirá a primeira pequena rampa e nela deixar suas bolsas, pertences, ''skates'', como diz a curadora, para adentrar na parte da mostra que terá obras que lidam com questões de memória, crítica institucional, ''realidade e ficção''. A presença do vídeo e do cinema será forte. No primeiro piso estará o Vídeo Lounge, com filmes selecionados por Wagner Morales. Ao mesmo tempo, Gustavo Moura fará edições de imagens, palestras e atividades captadas durante o evento. Outro projeto nesse campo é o Archivo Abierto, seleção feita por Isabel García de vídeos que documentam as ações de artistas no Chile dos tempos da ditadura. Já extravasando o prédio, talvez o projeto do Cinema Capacete também ocorra ''numa casa modernista e numa sala de cinema'', diz a curadora. Artistas da 28.ª Bienal de São Paulo ALEXANDER PILIS (Rio de Janeiro, Brasil, 1954) ALLAN MCCOLLUM (Los Angeles, EUA, 1944) ÂNGELA FERREIRA (Maputo, Moçambique, 1958) ARMIN LINKE (Milão, Itália, 1966) ASSUME VIVID ASTRO FOCUS (Baseado em Nova York e Paris) CARLA ZACCAGNINI (Buenos Aires, Argentina, 1973/ São Paulo) CARLOS NAVARRETE (Santiago, Chile, 1968) CARSTEN H?LLER (Bruxelas, Bélgica, 1961) CRISTINA LUCAS (Jaén, Espanha, 1973) DORA LONGO BAHIA (São Paulo, Brasil, 1961) EIJA-LIISA AHTILA (H?meenlinna, Finlândia, 1959) ERICK BELTRÁN (Cidade do México, México, 1974) FERNANDO BRYCE (Lima, Peru, 1965) FISCHERSPOONER (Formado em Nova York, EUA, 1998) GABRIEL SIERRA (San Juan de Nepomuceno, Colômbia, 1975) GOLDIN+SENNEBY (Formado em Estocolmo, Suécia, 2004) IRAN DO ESPÍRITO SANTO (Mococa, Brasil, 1963) ISRAEL GALVÁN (Sevilha, Espanha, 1973) JAVIER PEÑAFIEL (Zaragoza, Espanha, 1964) JOÃO MODÉ (Resende, Brasil, 1961) JOAN JONAS (Nova York, EUA, 1936) JOE SHEEHAN (Nelson, Nova Zelândia, 1976) LEYA MIRA BRANDER (São Paulo, Brasil, 1976) LOS SUPER ELEGANTES (Formado em São Francisco, EUA, 1995) MABE BETHÔNICO (Belo Horizonte, Brasil, 1966) MARINA ABRAMOVIC (Belgrado, ex-Iugoslávia, 1946) MATT MULLICAN (Santa Mônica, EUA, 1951) MAURÍCIO IANÊS (Santos, Brasil, 1973) MIRCEA CANTOR (Oradea, Romênia, 1977) NICOLÁS ROBBIO (Mar Del Plata, Argentina, 1975) O GRIVO (Formado em Belo Horizonte, Brasil, 1990) PAUL RAMIREZ JONAS (Pomona, EUA, 1965) PETER FRIEDL (Oberneukirchen, Áustria, 1960) RIVANE NEUENSCHWANDER (Belo Horizonte, Brasil, 1967) RODRIGO BUENO (São Paulo, Brasil, 1967) RUBENS MANO (São Paulo, Brasil, 1960) SARNATH BANERJEE (Calcutá, Índia, 1972) SOPHIE CALLE (Paris, França, 1953) VALESKA SOARES (Belo Horizonte, Brasil, 1957) VASCO ARAÚJO (Lisboa, Portugal, 1975) * Artistas que estão criando trabalhos para esta Bienal

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