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Robert De Niro, Meryl Streep e a difícil arte de amar

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Em 1945, no começo de sua carreira, bem antes de que se transformasse no autor de épicos intimistas como A Ponte do Rio Kway e Lawrence da Arábia, o inglês David Lean fez uma história de amor que se tornou clássica. Desencanto (Brief Encounter), com Celia Johnson e Trevor Howard, conta a história de um homem e uma mulher, ambos casados, que se encontram, se sentem, atraídos, mas não consumam o adultério. Quase 40 anos mais tarde, em 1984, o cineasta norte-americano Ulu Grosbard retomou a vertente de Desencanto e fez quase uma refilmagem disfarçada. Em Amor à Primeira Vista, às 23h40 no Telecine Cult, Robert De Niro e Meryl Streep fazem personagens que se encontram todo dia no metrô de Nova York. Ambos moram no subúrbio e são casados, mas uma conversa aqui, outra ali vai sedimentando a relação. A questão é - ambos vão vencer suas resistências éticas e consumar a ligação? O filme é delicado, pudico, feito com riqueza de observações, mas não seria nada - talvez - se Meryl e De Niro não mergulhassem com tanta intensidade nessa dupla. O melhor que a atração da TV paga proporciona é justamente essa oportunidade de conferir o trabalho de dois grandes atores de cinema.

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