Pioneiro da eletrônica, chega Bomb the Bass

O criador do projeto que popularizou o DJ, Tim Simenon mostra faixas do novo CD, Future Chaos, e clássicos como Beat Dis

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Por Redação
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Os DJs de hoje, que lotam clubes pelo mundo, têm uma dívida histórica com um sujeito chamado Tim Simenon. Criador do projeto Bomb the Bass, ele foi um dos precursores da música eletrônica nos anos 80 e, para muitos, o responsável pela popularização da figura do DJ. Veterano dos palcos, ele faz o contraponto à jovem Kid Sister na escalação internacional do Nokia Trends. A carreira de Simenon começou com o lançamento de Beat Dis, música que se tornou um dos símbolos da cultura eletrônica inglesa. "Foram apenas dois dias de estúdio. Cheguei com um sacola de discos e usei alguns trechos de outras canções para compor a faixa. Se eu tivesse vendido algumas cópias já estaria feliz, mas percebi que ela estava sendo tocada nas rádios e comentada pelas pessoas. Beat Dis foi o começo de minha carreira musical; ela permitiu que eu produzisse mais material do Bomb the Bass." Mas Simenon não vive apenas de seu passado glorioso. Ele lançou neste ano o álbum Future Chaos, que quebrou um jejum criativo de mais de uma década e o colocou de volta ao circuito de shows internacionais. O disco é o resultado de anos consecutivos de músicas inacabadas, que finalmente foram reunidas em um único trabalho. "Eu estava muito infeliz com as versões anteriores. A tecnologia mudou muito a produção musical, e isso acabou turvando o meu olhar. Havia muitas ferramentas disponíveis, muitas escolhas a serem feitas, o que me impedia de prosseguir." Para resolver a crise criativa, Simenon retornou às raízes. Assim como fazia na década de 1980, voltou a produzir com um único aparelho, um teclado sintetizador chamado Minimoog. "Assim eu não me perdia no caos, restringindo a quantidade de escolhas. A tecnologia faz coisas maravilhosas, mas no meu caso foi preciso voltar ao básico", diz o inglês. Simenon cresceu rodeado por esse tipo de equipamento. Do som que ouvia em raves e festas ilegais nos arredores de Londres, até os músicos que inspiraram a criação do Bomb the Bass, todos eles foram influenciados de alguma maneira pelos teclados sintetizadores. "Eu ouvia muito o som de grupos como Kraftwerk e Depeche Mode. Freqüentava clubes em Londres e Manchester, entre eles o Haçienda. Era um tempo fantástico de efervescência." Mas a primeira vez em que Simenon pôde colocar as mãos em um teclado foi aos 17 anos, quando começou a fazer as primeiras experiências com a música eletrônica. "A primeira coisa que eu tentei fazer foi reproduzir a música Being Boiled, do Human League. Eu consegui acertar o ritmo, mas o som era diferente porque meu equipamento era limitado." Apesar de o modo que o inglês produziu seu novo álbum ter sido semelhante àquele que deu origem a clássicos como Megablast, Future Chaos soa bem diferente de suas composições mais antigas. "Ouço de tudo, então quis colocar algumas dessas novas influências no disco. É por isso que você vai encontrar marcas contemporâneas, como a participação dos vocais da dupla Fujiya & Miyagi." Para o show em São Paulo, o Bomb the Bass contará com quatro integrantes sobre o palco. O vocalista Paul Conboy, que cantou na maioria das músicas de Future Chaos, além de uma dupla de DJs da Suíça . Do alto de seu notebook, o inglês orquestra a patota eletrônica. Faixas do novo álbum e, claro, clássicos como Beat Dis, estarão no repertório do show. Isso porque ainda que ele admire novos artistas (atualmente ele se diz fã de um produtor de hip-hop chamado Flying Lotus), o som de Simenon pertence à gênese da música eletrônica. Então da próxima vez que você entrar em uma pista de dança, lembre-se dele. M.V.B. Serviço Nokia Trends. 18 anos. Cine Marrocos. Rua Conselheiro Crispiniano, 344. Sáb., 21 h. R$ 80 vendas: 3061-9100/ 6846-6000/ 0300-7896846 - www.ticketmaster.com.br

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