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Para ver Brokeback Mountain sem a aura de escândalo

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Na recente entrevista que deu ao Estado sobre o próximo lançamento - na semana que vem - de um filme que se constituía num sonho de mais de 20 anos, O Café dos Maestros, o compositor Gustavo Santolalla disse que, apesar do Oscar e da consagração internacional, continua se sentindo um ?outsider?. Seu método não mudou - a filmografia selecionada de sete títulos inclui parcerias com grandes diretores que respeitam o método que ele gosta de empregar. Santaolalla compõe antes, a partir do roteiro e de conversas com os autores e não depois, sobre as imagens filmadas. Sntaolalla ganhou p primeiro de seus dois Oscars - houve outro, por Babel, de Alejandro González Iñárritu - por O Segredo de Brokeback Mountain. O filme de Ang Lee, com magníficas interpretações de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, volta hoje no Telecine Cult, às 23h55. Passaram-se apenas três anos e Heath Ledger morreu no começo do ano, de overdose de medicamentos. O ator está indicado para o Globo de Ouro de melhor coadjuvante de cinema por sua extraordinária criação como Coringa, no Batman - Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan. Por menor que seja o recuo de tempo, talvez se possa ver agora Brokeback Mountain sem a aura de escândalo que cercou o filme, como western gay. O filme nem é sobre caubóis e, sim, sobre pastores de ovelhas. É sobre solidões (no plural), sobre mitos culturais que aprisionam as pessoas e sobre como o amor pode ser complicado, por meio de relações que mais doem do que proporcionam prazer. E a trilha de Santaolalla é genial.

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